A jovem guarda vai me chamar de saudosista, mas não posso ir contra a minha consciência. Gosto mais do futebol das antigas, reconhecendo o direito da evolução. Como ser contra um futebol que tinha na formação o goleiro, seguido de dois backs (direito e esquerdo), três na intermediaria (que chamavam de half) e cinco atacantes ou seja: dois ponteiros, dois meias e um centroavante.
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Transformaram os dois backs em quatro zagueiros. Disse certa vez João Saldanha: “A burrice é tanta que o quarto zagueiro na verdade é o terceiro da linha defensiva”. Criaram um volante, que é o antigo center half ou centro médio, deram-lhe mais dois à sua frente, segundo volante e meia armador.
Aí, veio Martin Francisco, técnico do América-RJ no início dos anos 1950, e colocou um quarto homem no meio que passou a chamar de ponta de lança, deixando dois atacantes dos cinco de antigamente. As variações começaram. Na mesma época o técnico paraguaio Fleitas Solich, tricampeão carioca, manteve quatro atacantes: Joel, Henrique, Dida e Babá. O Fluminense manteve quatro no ataque: Maurinho, Telê, Valdo e Escurinho. Veio Zezé Moreira e puxou Telê para o meio-campo, começando a era copiada da Europa, de um tal de ferrolho, nome popular para retrancas formidáveis.
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Daí pra frente foram encurtando espaço. Enquanto a Europa vinha buscar nossos craques e copiava o futebol brasileiro, nossos técnicos se limitavam a fechar os esquemas e o futebol passou a ser mais defensivo do que ofensivo. Quem não viveu esta época do futebol não vai concordar. Precisavam ver a seleção de 1950, com atacantes como Friaça, Ademir, Zizinho, Jair da Rosa Pinto e Chico. E perdemos aquela cópia pela soberba e subestimar o adversário.
E hoje? Craques se vê muito pouco. O drible desapareceu. O bom cruzamento não tem, pela falta do legitimo ponteiro. Qualidade no meio-campo muito pouco e o famoso 1 a 0 é chamado de goleada. Que grande time tem hoje o futebol brasileiro? Palmeiras, Flamengo, Atlético-MG? É pouco.
Em SC, temos cinco clubes grandes: Figueirense, Avaí, Joinville, Chapecoense e Criciúma. Olha só, o Criciúma está na segunda divisão estadual e vai jogar a Série B nacional. O Joinville, em decadência, nem série nacional disputa e no Estadual está longe de chegar a algum lugar. A Chapecoense em queda. O Figueirense, na Série C do Brasileiro, busca a recuperação do espaço com, quem sabe, um título do Estado. E finalmente o Avaí, que por pouco não caiu para a segunda divisão do Estado, foi eliminado já nas quartas de final do Estadual e não se sabe como será na Série A nacional.
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Por que isso? Pela modernização dos esquemas, pelos técnicos, pela qualidade baixa, montagens equivocadas dos elencos, muita política, situação financeira braba e resultados péssimos. Quem são os melhores? Brusque, Hercílio Luz, Camboriú e Concórdia. Pouco dinheiro, mas muita competência.
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Gestão
Aliando a análise dos esquemas do futebol há também as gestões administrativas que estão levando os clubes a falência. Surge a nova figura do clube empresa. Tudo começa com a tal de recuperação judicial, que é uma forma de respirar por um tempo em relação às dívidas e outros compromissos financeiros, para negociar o cube através da venda de ações em que o torcedor pode participar virando acionista do clube. Tudo por conta de gestões desastrosas.
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Lição?
Este ano está sendo de lição para muitos clubes. Dizem que o Estadual não é parâmetro para o nacional. Acredito. Também entendo que o nosso campeonato deve servir sim para que os clubes não entrem nele para fazer apenas laboratório. O Criciúma é o melhor exemplo. Perdeu-se e foi parar na segunda divisão de SC. Outros se preocuparam apenas na preparação nacional e ficaram pelo meio do caminho. Talvez seja esta a razão pela qual a ordem do futebol mudou em SC. Continua equilibrado, mas quem está mandando não são os grandes.
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O que será?
Fim de semana para conhecermos os finalistas do Estadual. Equilíbrio mais uma vez foi a marca da competição. Coisas boas aconteceram como por exemplo: o surgimento de um Camboriú que parece ter vindo para ficar; o Brusque querendo um lugar entre os grandes de Santa Catarina; o Hercílio Luz conquistou vaga para a Série D do Brasileiro de 2023, e o Concórdia pela primeira vez chega na fase decisiva do campeonato.
As decepções foram: o Avaí foi uma delas, de grande favorito a quase rebaixado; o Joinville que continua sua via crucis e não consegue chegar a lugar nenhum, e a Chapecoense que não acreditou no Estadual e ficou pela metade.
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Ciclismo
Gosto deste esporte. Tanto que o pessoal resolveu colocar meu nome no troféu da prova Subida ao Morro da Cruz. Neste domingo, chegamos a 32ª Edição. A prova faz parte do calendário de eventos esportivos do aniversário de Florianópolis. A partir das 7h, provas em várias categorias, e às 9h, a largada da principal, com a chegada no pátio da NSC TV.
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Giro Total
> CBN Floripa:
É a nossa nova identificação. E com direito a programação nova. Jornalismo sempre em primeiro lugar. Mudanças significativas e pra melhor é claro.
> Debate Diário:
Indicado para o Prêmio Acaert de melhor programa esportivo de Santa Catarina, o debate volta às 13h, a partir do dia 6 de abril.
> Curioso:
O programa quando criado em 19 de janeiro de 1998 tinha como orientação principal o tratamento de assuntos da comunidade. Acabou virando um programa esportivo com informações de serviço ou notícias de interesse geral. Virou líder e sempre com atenção ao ouvinte.
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> Atletismo:
O presidente da Federação Catarinense de Atletismo, Deraldo Oppa, está retornando da Sérvia, onde chefiou a delegação brasileira no Mundial Indoor.
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