Neste final de semana termina o primeiro turno do Campeonato Brasileiro, do qual Santa Catarina participa na Série B. Três clubes representam nosso Estado. Um apenas destaca-se com uma campanha superior aos outros: a Chapecoense. Líder da competição com uma equipe competitiva, sem estrelas, esquema fechado e bem aplicado, a Chape mostra ter um grupo comprometido com o retorno à elite do futebol brasileiro.

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Montou um time para disputar a Série B e, como tal, cumpre rigorosamente seu propósito com pontos fortes, a partir de um bom goleiro, uma das melhores zagas do campeonato, e alguns jogadores que fazem a diferença. Aqui entram William Oliveira, Anderson Leite e o bom artilheiro Anselmo Ramon. Claro que há outros também.

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Discute-se muito a forma de jogar do Verdão. É a mesma que a maioria dos clubes brasileiros estão jogando. Forte marcação e velocidade no contra-ataque, centralizando um homem de área que também joga. Exceção à goleada aplicada à Ponte Preta (5 x 0), o placar mínimo é o favorito. Este esquema Zezé Moreira aplicou no Fluminense em 1959, conquistando o título carioca com a maioria dos resultados de 1 a 0. Não chega a ser novidade.

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Mas não temos apenas a Chapecoense. A dupla da Capital completa o trio catarinense da Série B, que, aliás, é uma competição valorizada e boa de jogar. A Chape está sabendo competir. E os outros?

Avaí

Pode-se dizer que decepciona. Alguém pode questionar o fato de estar há cinco pontos do quarto colocado, mas a quatro da zona perigosa do rebaixamento. O time montado pelo Avaí foi para acesso. Jogadores de renome que até agora não jogaram o que se esperava. Falta de encaixe do esquema, qualidade duvidosa e limitação em alguns setores. Resultados inexpressivos na largada do campeonato, distanciamento na tabela e atuações muito abaixo do esperado. Neste momento, o Avaí não joga futebol para acesso e nem passa esperança à sua torcida.

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Figueirense

O alvinegro foi o clube que enfrentou os maiores problemas em 2020, a partir de uma gestão desastrosa. Com a volta de novos dirigentes, está em processo de recuperação, mas enfrenta muitos problemas financeiros. Mesmo assim, conseguiu formar um grupo que briga para se manter na Série B. Não há pretensão de acesso neste ano. Recuperar o clube é prioridade um e, dentro de dois anos, tentar voltar a fazer o futebol que a torcida deseja.

Os técnicos

Experiência de um lado e uma aposta do outro. Ambos muito contestados neste final de turno. A obrigação de uma melhor campanha é de Geninho, no Avai, que tem melhor material humano para trabalhar, mas não está conseguindo. Como todo técnico, tem convicções e, em geral, morre abraçado a elas.

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Em crescimento

No Figueirense, Elano, muito contestado por algumas preferências, está terminando o turno da Série B em crescimento técnico, diferente do coirmão. Insistiu na solicitação de reforços e eles estão vindo. Todos garotos que vêm para ganhar experiência. A torcida questiona muito alguns jogadores que o técnico insiste em escalar em detrimento de outros que esquentam o banco. Na verdade, Avaí e Figueirense decepcionam, enquanto a Chapecoense mostra estar alguns anos-luz à frente.

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Nosso futuro

Não podemos esperar nada de 2020. Estamos nos superando, e isso já é uma vitória. Nossas chances de voltar à Série A estão todas sobre a Chapecoense. Avaí decepciona e Figueirense luta para permanecer na Série B.

TOQUE DO BOB

• 2020 parece ser o ano do Brusque. Ganhou várias competições, chegou à Série C e briga para alcançar a Série B. Pouco dinheiro, mas bem aplicado, e uma gestão comprometida formam a receita do Brusque.

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• Outra decepção neste ano no futebol catarinense é o Criciúma. Com uma gestão tempestuosa, que manteve o técnico Roberto Cavalo muito tempo, e sem resultados não conseguiu formar um time do tamanho da história e tradição do Criciúma. Está penando para conseguir classificar na Série C entre os quatro primeiros para a próxima fase.

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• Em processo de recuperação, o Joinville é o terceiro colocado do seu grupo na Série D. Quem diria que o JEC estaria na quarta divisão brasileira. Time modesto, com dificuldades financeiras, infelizmente não se espera muito do JEC.

• Também na Série D, o Marcílio Dias tenta se reerguer no futebol. Uma gestão jovem cheia de ideias procura trazer de volta o velho e bom Marinheiro ao futebol. A cidade gosta, a torcida é apaixonada, o time busca responder. Atualmente, é quinto colocado do grupo com a mesma pontuação do quarto. Tem chance de classificação.

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• A maior decepção de todos os nossos representantes é do Clube Atlético Tubarão. Falou-se muito de um projeto de grande visão futura que parece ter naufragado. A saída do ex-presidente Luiz Henrique Martins Ribeiro decretou a queda do futebol do Tubarão. Muitos problemas internos, financeiros e time limitado.

• Concluindo: para quem já teve quatro representantes na elite do futebol brasileiro e hoje não tem nenhum, para quem tem três times na Série B e apenas um vai bem, dois na Série C, um é líder e o outro decepciona, e uma Série D com três e não se pode confiar em nenhum deles, vale a pena perguntar: para onde vai o futebol catarinense?

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