Em 2009, o Avaí fez a melhor campanha de um time catarinense no Campeonato Brasileiro da era de pontos corridos. O 6º lugar chamou atenção para o nosso futebol. O Figueirense já foi 7º colocado e em 2015 colocamos quatro times na elite que é a Série A. Crescemos muito no cenário nacional e passamos a ser olhados com interesse, um novo mercado.
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Até hoje não conseguimos definir se isso ocorreu por questões de gestão administrativa um pouco mais profissional ou simplesmente pelo fato de os clubes formaram naqueles anos grupos de qualidade. A verdade é que entramos no cenário nacional com algum respeito.
Pois, em 2020 estamos jogando tudo fora. E não podemos atribuir totalmente à pandemia o que anda acontecendo. Ela atingiu a todos os clubes brasileiros e não apenas os de Santa Catarina. Fazemos a pior campanha dos últimos anos em todas as séries do Campeonato Brasileiro.
Corremos risco a cada rodada e a rigor neste momento apenas a Chapecoense nos passa um fio de esperança de que podemos voltar a Série A em 2021. Em compensação, poderemos ter quedas significativas. O pior de tudo é que estamos realmente num momento delicado de pouco futebol e de administrações fora da curva.
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Série B
O Figueirense é a grande preocupação. Tenta se recuperar fora de campo de uma gestão desastrosa, mas não consegue FAZER uma campanha que transmita esperança À torcida. A zona de rebaixamento, onde se encontra, o mau futebol e alguns equívocos com jogadores não comprometidos, além de problemas financeiros, estão machucando um dos grandes clubes do futebol brasileiro. Uma reação urgente precisa acontecer para evitar o pior, que seria o rebaixamento.
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Investimento
O Avaí rotulou 2021 como o ano do retorno à Série A. Investiu, formou um grupo de nomes famosos, foi a Portugal buscar um técnico que durou pouco e nada tinha a ver com o nosso futebol, reinventou Geninho e não decolou em campo. A campanha de altos e baixos e de um futebol nada convincente ainda chega perto do grupo de classificação, mas não consegue entrar nele. Futebol pobre, jogadores que não confirmaram o que deles se esperava, esquema de jogo confuso e resultados mais ainda. Tem chances de recuperação pelo elenco que formou, mas precisa se reinventar.
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Decepção
Na Série C, a grande decepção do futebol atual: o Criciúma, já eliminado e com lugar garantido na terceira divisão de 2021. O problema parece ser mais fácil de identificação com uma gestão que não deu certo sob o comando do empresário Jaime Dal Farra. A formação do elenco foi um dos grandes problemas. Baixa qualidade. Resultados negativos. Estamos precisando do grande Criciúma como forma de fortalecer nosso futebol. Uma nova administração está chegando e quem sabe as coisas mudam.
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E o Brusque?
Nosso outro representante na Série C vem de uma evolução a olhos vistos. Único time catarinense que não tinha o que reclamar da pandemia até determinado momento. Foi atingido depois de ganhar a Série D, Copa SC, Recopa e vice-campeão estadual. Líder da Série C com uma campanha que levou à ponta com uma larga diferença e um futebol não questionado. De repente, desceu a ladeira e agora vai disputar uma vaga à próxima etapa que estava mais que garantida. E contra quem? Olha a situação: contra o Criciúma, que precisa vencer para não cair para a Série D. Era tudo que não podia acontecer.
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A esperança
Na quarta divisão mais um fracasso do Joinville. Foi eliminado já na primeira fase. O grande campeão estadual de outrora passou por gestões desastrosas, que nada tinham a ver com o futebol. Depois de Nereu Martinelli, o clube desandou. O JEC tem formado grupos que sequer chegam à decisão do Estadual. A grande força do futebol de SC está vivendo do nome adquirido, por mais lamentável que seja.
O futuro ex-grande clube catarinense, o Tubarão cuja projeto era ambicioso e internacional despencou com a saída do presidente Luiz Henrique, aliás até hoje não explicada. Fez uma campanha ridícula na Série D deste ano.
A salvação veio do Vale do Itajaí, com o Marcilio Dias. O Marinheiro tenta voltar a ser o grande clube da região, classificou para a fase seguinte com uma administração que busca recuperar o tempo perdido.
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Conclusão
Vivemos um dos piores momentos do nosso futebol. Estamos correndo riscos em todas as séries em nível nacional. Apenas a Chape está em processo evolutivo, com um futebol competitivo e de resultados. Tem tudo para voltar à elite, com uma nova administração comandada pelo presidente Paulo Magro. A pandemia pode ter participação, e certamente tem nesse momento muito ruim, mas não é de todo o maior problema.
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Toque do Bob
O ano está sendo tão ruim no futebol catarinense que passou despercebida a divulgação da Seleção do Campeonato Catarinense na última semana. Aliás, fora de hora. A propósito, a dupla da Capital não colocou nenhum jogador, o que revela a fragilidade das participações.
Estamos carentes. Procurar hoje um craque no futebol do Estado é procurar uma agulha no palheiro. No máximo, um bom jogador. Revelação? Difícil. A fase realmente é preocupante.
Neste ano de pouca qualidade no futebol catarinense, nos preocupa chegar a mesma situação que atingiu o futsal da capital. Outrora um show, hoje fora do cenário.
É hora de valorizar o futebol feminino, que neste final de semana decide o Campeonato Brasileiro através do Avai/Kindermann contra o Corinthians, em São Paulo. No primeiro jogo, empate sem gols. O jogo é domingo no Itaquera.
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Quatro anos do acidente com o avião da Chapecoense marca também a ausência do ex-presidente da FCF, Delfim Peixoto Filho, que estava no fatídico voo para a Colômbia.
A estreia da nova programação da CBN/Diário acompanhada do novo canal de FM 91.3 no último dia 27 mostrou força e prestígio. O Debate Diário, que passou a ser transmitido às 11h, teve a presença do técnico Tite, da Seleção Brasileira, em um momento raro de entrevista exclusiva ao programa. Excelente.