O Avaí está chegando ao fim do ano de forma triste e melancólica. Refiro-me ao futebol medíocre que jogou. Mil desculpas, mil observações que tentam justificar a campanha, discursos públicos, blindagem do time perdedor e uma incógnita para 2020.
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O técnico Evando é quem está dando a cara a tapa. Os últimos torcedores ainda vão à Ressacada na esperança de ver uma vitória. O respeito à instituição é o mínimo que se espera. Os jogadores não respondem aos anseios da torcida.
A cada jogo uma derrota, uma pancada dolorida e a humilhação da campanha. Razões existem de sobra para explicar o ano. Uma delas, por exemplo, é a mais simples: o abandono ao futebol.
Prioridade
Nesta tecla vamos bater sempre: a prioridade ao saneamento financeiro do clube. Perfeito. Isso foi feito e muito bem. Não se tira méritos da administração.
Mas o que é de mais importante na historiado clube foi esquecido: o futebol. Com tantas contratações baratas, poderiam ter feito três ou quatro de peso. Gastariam o mesmo e o time, quem sabe, não teria passado pela vergonha que está passando.
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O futuro
Não há, neste momento, como projetar 2020 no futebol da Ressacada.
O Avaí precisa agir rápido para definir quem será seu diretor de futebol e em seguida o técnico a ser escolhido. A partir daí poderemos avaliar o que pensa o clube para o ano. Ao que parece estão esperando o final do campeonato para tomar as providencias necessárias.
Coragem
Para tomar algumas decisões sem medo das criticas, o Avaí precisa começar já a enxugar o elenco.
Jogadores que sabidamente não ficarão em 2020 não tem de continuar sendo escalados. Não se trata de escalar apenas jogadores da base, mas usá-los ao máximo. Se perder, não será novidade. Ganhar experiência e rodagem no time principal é uma das vantagens. Adianta mais o que manter os que não vão ficar.
O Avaí sabe quem ficará ou não? Agir, é preciso agir, o mais rápido possível. O ano terminou e o estadual está há menos de dois meses.
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Esperança

Ouvi outro dia de um comentarista gaúcho, até simpático ao futebol catarinense, durante o jogo contra o Grêmio: “Agora é que estou entendendo porque a Chapecoense está para ser rebaixada. O time é muito limitado”. Vendo o verdão contra o Avaí, concordei plenamente.
Imaginem: se ele acha a Chape fraca, o que dizer do Avaí? Muito pior. É a verdade do nosso futebol este ano e não dá para colocar panos quentes em cima de campanhas pífias.
Muitos problemas de gestões administrativas levaram nosso futebol à bancarrota. A Chape ainda está honrando a camisa, brigando para diminuir o vexame e de vez quando uma vitória o que o Avaí não está conseguindo.
Muito difícil

O mais doído de tudo é ouvir as entrevistas dos técnicos após os jogos. Eles conseguem encontrar palavras de apoio e tentativas de explicações mirabolantes para justificar o mau futebol.
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Evando Camilato viu o Avaí pressionando a Chape o primeiro inteiro, domingo, na Ressacada. Marquinhos Santos disse que seu time se preparou para neutralizar as jogadas agudas do Avaí (tem isso?) fazendo algumas alterações. “Puxei o Roberto pro meio para ganhar consistência no setor, coloquei o Kaiser para jogar na ponta esquerda, jogador muito contestado e ele foi lá fazer a jogada do nosso gol”.
Visionários.
Desrespeito

O final de semana foi de uma overdose chamada Flamengo impressionante. Merecida, aliás, pelo que o rubro-negro andou fazendo. No jogo com o River Plate o time jogou mal. Tem direito, mesmo tendo sido num momento mais importante do ano. Mas é tão bom que recuperou-se nos últimos 10 minutos, virou o jogo e deu no que deu.
Neste momento é que o profissional do microfone precisa ter o equilíbrio necessário e, mesmo desejando a vitória, torcendo no seu íntimo, precisa ter cuidado para evitar o desrespeito. Ouvi coisas como esta:
“Fulano, onde é que esse Felipe Luis jogou, hein? – Na Europa, disputou liga dos campeões, campeonato espanhol, por aí. Que nada, cara, acho que ele jogou mesmo foi a Série C do campeonato brasileiro”.
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Jogar mal é do jogo. Estar numa tarde má acontece. Quantas vezes Pelé entrou em campo e não jogou o que se esperava?
Criticar sim. Desrespeitar nunca.
Olha o Bruscão aí

O ano de 2019 parece ter um bom protagonista no futebol catarinense: o Brusque. Fez um grande campeonato da Série D e se classificou para a C, além de conquistar a Copa SC no domingo ao derrotar nos pênaltis o Marcílio Dias na grande final.
Talvez seja o único dos times catarinenses que se deu bem este ano. Um vitorioso graças à administração com pés no chão do presidente Danilo Rezini.
Brusque faz com o Avaí o primeiro jogo de 2020, quando decidirá a Recopa, competição que envolve o último campeão estadual contra o campeão da Copa SC.
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Olho no Bruscão. Ele vem bem no estadual de 2020.