Desde que o Figueirense foi retomado administrativamente pelo grupo do ex-gestor Paulo Prisco Paraiso estou tentando ouvi-lo sobre este novo momento do cube, e as loucuras que andaram acontecendo no Orlando Scarpelli. Dez anos de marcante sucesso dentro do Figueirense fizeram do dirigente quase uma unanimidade para a volta dele. Paulo Sergio Gallotti Prisco Paraiso está de volta, para a satisfação da nação alvinegra.
Continua depois da publicidade
Pois esta semana consegui falar com ele, pelo telefone. Minha ligação era apenas um pedido de entrevista e se transformou em uma aula sobre a atual situação do Figueirense. Prisco, sempre muito solícito e religioso, usou uma passagem do evangelho de João, capítulo 2, versículos 1-11 – as Bodas de Caná da Galileia, onde Jesus diz à sua mãe, Maria: “Ainda não chegou a minha hora” – para justificar porque não estava dando entrevistas.
Há quase três meses trabalhando dia e noite em reuniões e vídeoconferências com o grupo dele, Prisco Paraíso acha que ainda não dá para falar oficialmente sobre o que está acontecendo para evitar expectativas. Das explicações foi possível entender o caminho que o Figueira voltou a percorrer para voltar a ser o clube de respeito e credibilidade que sempre foi.
> Figueirense começa sua reestruturação financeira
Poucos sabem o quanto o dirigente conhece de futebol, em especial do Figueirense. Ele acompanhou com grande preocupação o período nebuloso de uma gestão desastrosa, que por pouco não fechou o Figueirense. Dez anos depois, Prisco Paraiso volta ao clube projetando um nível de dificuldade e encontrou outro, bem acima do esperado.
Continua depois da publicidade
Quando deixou o Figueirense, o clube não devia “um pão na padaria, nem uma camisa na lavanderia para lavar”, conforme expressões dele. Voltou e encontrou R$ 150 milhões para saldar. Prisco tem muito cuidado quando emite opiniões, evitando falar em nomes e coloca sempre acima de tudo o Figueirense. Aliás, a volta ao clube tem muito de um pedido do pai, dr. Henrique Prisco Paraiso, 93 anos, do padre Prim, e da cartorária Vera Rodrigues.
Projetou uma situação e encontrou outra muito pior.
> Reformulação na comunicação do Figueirense
O futuro
Prisco estabeleceu um paralelo: “Você lembra dos cubes sociais de Florianópolis? Não entenderam o momento, não se modernizaram e nem se prepararam para novos tempos. Hoje, apenas o Lira Tênis clube se mantém. O futebol vai para o mesmo caminho. Estamos tentando ingressar nesta nova era empresarial. Alternativas estão sendo buscadas para que o clube tenha receita que possa lhe sustentar não apenas em cima do sócio torcedor”.
Cartão de crédito
“Por que o sócio e simpatizando do Figueirense usa o cartão de crédito das mais variadas empresas? Visa, Mastercard, entre outros. Por que não do Figueirense? Comércio, indústria, postos de gasolina, supermercados, enfim, este projeto pode ser uma das soluções financeiras”, disse ele.
Reformalação
A contratação da multinacional Alvarez&Marsal foi um passo gigante para reestruturação das finanças do Figueirense. Recentemente a empresa que já fez mais de 450 mil trabalhos pelo mundo reestruturou a Concacaf, que estava falida, a pedido da Fifa. Uma auditoria ditará as soluções para que o Figueirense volte a ficar saudável financeiramente. Isso deve demandar uns dois anos. Não há como seguir sem restabelecer a situação do clube.
Continua depois da publicidade
Comunicação
A última contratação do alvinegro foi a empresa de comunicação e marketing, LX Sports, que deverá reformular todo o setor do clube. “A marca Figueirense é o mais importante no momento. Ficar na Série B ou subir para a Série A até pode acontecer, mas não chega a ser o mais importante. O que precisamos é sanear o clube para garantir o seu futuro. Temos outros projetos dos quais ainda não posso falar, mas estão bem encaminhados”, afirmou.
Reconhecimento
Prisco Paraiso se empolga quando fala do Figueirense e nunca esquece de citar o presidente Norton Boppré e a diretoria, cujo trabalho considera excepcional. A empresa da qual ele será o CEO comandará todo processo financeiro do clube como forma de dar sustentáculo a gestão do clube. E antes que o papo virasse entrevista ele foi rápido no gatilho: “Daqui há 90 dias volto a falar contigo”.
Toque do Bob
– A coluna da semana passada mexeu com a opinião dos torcedores quando falei da valorização da base dos clubes. A opinião geral é de que esta é a solução para o futebol.
– Não temos noção do número de garotos que saem de Santa Catarina já empresariados para o exterior, alguns até com 13 para 14 anos.
Continua depois da publicidade
– Antes mesmo de aparecer o empresário o próprio pai do garoto, empolgado com uma possível situação financeira e o estrelado internacional, praticamente entrega o futuro bom jogador por migalhas. Aqui já aparece o investimento do empresário e a precipitação dos pais.
> Confirmado: Figueirense aposta em Elano
– Cedo ainda para se projetar a participação do futebol catarinense na Série B do Brasileiro. Preocupação, sim. Principalmente com o time que mais se esperava e até agora ainda não respondeu a expectativa do torcedor, o Avaí. A Chapecoense é nosso melhor representante até agora.
– Um pouco diferente, a Série C dá sinais de boas chances de pelo menos um dos dois catarinenses acesse à Série B. Tudo é ainda um pouco cedo. Criciúma e Brusque vão bem.
– Gabriel, zagueiro formado pelo Avaí, está chegando ao Arsenal, da Inglaterra. Na transação vão sobrar perto de R$ 18 milhões ao Leão. Única forma de fazer o presidente Battistotti sorrir, já que os resultados…
Continua depois da publicidade