Voltamos à estaca zero. A bola só deve voltar a rolar em Santa Catarina no dia 28 de julho, quase três semanas depois dos jogos de ida das quartas de final. Buscar culpados não é o caso, mas as responsabilidades precisam ser identificadas. Havia um protocolo a ser respeitado e não foi. Ou era insuficiente e será aprimorado.

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Quem vai pagar essa conta? Na minha opinião, os verdadeiros protagonistas do futebol, os jogadores. Foram levados e vencidos pela emoção do momento, o gol principalmente. Abraços, aproximação por inteiro, corpo a corpo, enfim, tudo que o protocolo proíbe. 

Justifica-se? Não, todos sabiam que nada disso seria possível. O prejuízo aumenta e o futebol foi punido com a suspensão novamente do Estadual. Nas reuniões das autoridades com os dirigentes do futebol, a constatação do óbvio. Falta de cumprimento das determinações, nova paralisação, regras mais rígidas e mais tempo sem futebol. Em meio a isso tudo, novas complicações para os dirigentes resolverem.

Clubes agora não querem rebaixamento para 2021. A alegação? Um ano atípico, cheio de problemas financeiros e jurídicos, com atletas terminando contrato, cancelamento de jogos, viagens sem futebol (a rodada de volta só foi cancelada na véspera) e aumento do prejuízo. Razões de sobra para que isso aconteça.

O futebol volta?

Tenho muitas razões para acreditar que teremos dificuldade em retomar o Estadual, mesmo com a rodada marcada pela Federação Catarinense de Futebol (FCF) para 28 e 29 de julho. Primeiro, o governo colocou todos os clubes em quarentena de 14 dias. Eles precisam se arrumar para voltar ao futebol. Especulando-se que tenhamos as semifinais entre dias 1º e 2 (ida), 4 e 5 (volta) de agosto, quando será a decisão?

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Antes das finais, a CBF marcou para os dias 7, 8 e 9 de agosto o começo das séries A e B do Campeonato Brasileiro – se é que vai começar mesmo. Teremos datas para tantos jogos em meio ao aumento da pandemia?

A segunda reunião

Na última terça-feira, dia 14, os clubes saíram mais otimistas de uma segunda reunião com as autoridades da saúde. As reivindicações foram praticamente atendidas. O teste PCR deve ser feito 48 horas antes de todos os jogos. Quem testar positivo será afastado, e não o time, todo como as autoridades queriam.

> Futebol catarinense tem nova e, provavelmente, última chance para voltar com segurança contra a Covid-19

O protocolo será fiscalizado de forma mais rigorosa. No dia seguinte, quarta-feira, dia 15, a FCF marcou as datas de reinício do campeonato. Agora é esperar para ver.

É o momento?

Todos nós sabíamos que o mês de julho seria determinante para o crescimento do novo coronavírus. Inverno, queda de temperatura, chuva, problemas com a falta de leitos nos hospitais, números assustadores e ainda crescendo… E ainda se pensa em futebol neste momento.

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Toque do Bob

> Sejamos justos. O desrespeito ao protocolo do futebol não é privilégio catarinense. Estamos vendo na TV os jogos pelo mundo afora, inclusive no RJ.

> O comportamento dos atletas sugere o cancelamento das atividades esportivas. Só falta abrir os estádios para os jogos. O resto já foi feito.

> Era preciso parar! Determinação do governo para o futebol catarinense é correta

> O presidente da Chapecoense, Paulo Magro, mostrou muita preocupação em entrevista à rádio CBN/Diário: “Estão querendo fazer a Chape o patinho feito da história”. Pelo número de infectados, a Chape de certa forma foi o clube mais visado. Nada a ver. O presidente mostrou a responsabilidade e seriedade com que o clube trata o assunto.

> Há no meio disso tudo um profissional acima da média chamado Luiz Fernando Funchal. Incansável na defesa do protocolo e nas explicações que tentam convencer a todos de que o futebol pode ser jogado neste momento: “Se respeitarmos o que está acordado é possível jogar”.

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