O trânsito de Joanesburgo, na África, estava calmo, tranquilo, pouco se via gente nas ruas, a ponto de surgirem comentários de que o governo havia providenciado uma cidade tranquila. Mas a calmaria terminou quando resolvi dirigir um daqueles carros em que a direção fica no lado direito. Era uma experiência que queria viver. Fui muito mal-sucedido. A impressão que nos causa é a de que estamos sempre na contramão. A certa altura, achei mesmo que era contramão e resolvi mudar, como é o nosso hábito. Criei um tumulto tão grande que quase fui preso e não causei acidentes por milagre.
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Os artistas
Em cada país da Copa surgem os nomes dos artistas locais, que dão canja, aparecendo em alguns lugares públicos. Gente de cinema e televisão, que causa aquela curiosidade e expectativa. Na África, ficamos um dia inteiro esperando a loira Charlize Theron, na época casada com o ator Sean Penn, no principal shopping de Johanesburgo. Nada.
O Galã
Em Paris, 1998, estávamos na esquina da Place Concorde para entrar na Champs-Élysées, quando alguém aparece e revela: Alain Delon mora neste prédio da esquina. Subimos para conhecê-lo e bater um papo, não sei como, mas fomos. Apertamos a sineta e estamos esperando até hoje a porta abrir.
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A atriz
Em Paris, num treino da Seleção, entrevistei Giula Gam, atriz global que acabara de fazer Tieta, do Jorge Amado. Na época casada com Pedro Bial, desfilou com seu filhinho recém-nascido. Concedeu-me entrevista sobre futebol, cinema e telenovela. Aquele menininho que estava no carrinho me foi apresentado oito anos depois por Bial, na Alemanha, e já era um rapagão.
O gentleman
Na famosa zona mista, passagem dos jogadores depois de um treino, entrevistei Rivaldo em 2002. Havia pedido a entrevista com o então assessor de imprensa da CBF Rodrigo Paiva. Quando ele veio, Paiva indicou quem eu era e ele gentilmente se colocou à disposição.
Motivo
A imprensa inteira veio em cima de Rivaldo, pois era o único que ainda não havia passado na zona mista. Quando comecei a falar do Figueirense, a raça endoidou. Era 12 de junho, aniversário do Alvinegro, e Rivaldo era um dos parceiros. Pedi uma saudação. O mínimo que ouvi foi: “O que esse mané quer aqui? Falar de Figueirense em plena copa!?”. O motivo era relevante para nós aqui. Se meteram porque quiseram.