Durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, uma observação foi insistentemente feita e com justa razão: “Santa Catarina é um celeiro de craques”. Verdade. Nossas estrelas, e não foram poucas, brilharam no Japão. Precisamos fazer justiça e lembrá-las.
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O basquete, por exemplo, teve a história resgatada pelo então presidente da federação, Oscar Archer, e ganhou continuidade com Fábio Deschamps. Enaldo Souza, árbitro Internacional, comissário e instrutor Fiba, CBB e da federação catarinense, com carreira extensa desde que assumiu a consultoria técnica de arbitragem da FCB, foi importante para o crescimento dos árbitros. Somos respeitados mundo a fora.
A grande prova disso chama-se Guilherme Locatelli, com quem conversei assim que chegou do Japão, na última semana. Não foi a primeira vez, e certamente não será a última, presença dele em uma Olimpíada. O manezinho do bairro de Coqueiros chegou a um nível tão elevado que apitou a final masculina do basquete em Tóquio.
Entre a emoção de estar no Japão e apitar a grande final, simultaneamente Locatelli ainda viveu a emoção do nascimento dos filhos trigêmeos, no Brasil.
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– Eu e minha mulher nos preparamos. Quando tivemos a notícia dos trigêmeos e que eles viriam as vésperas das finais dos Jogos no Japão, recebi todo apoio da família, que me incentivou. A tecnologia me permitiu acompanhar tudo na véspera de uma das semifinais que apitei – conta.
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A presença de Locatelli na Olimpíada cresceu de importância, já que o Brasil ficou fora da modalidade.
Confira a seguir os principais trechos de um bate-papo que tive com Locatelli sobre a experiência em Tóquio:
Medalha de ouro no apito?
Locatelli: É, podemos dizer que sim. Mas não foi a primeira. Em 2016, apitei oito jogos nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
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Como isso começou?
Com 14 anos e residindo ao lado do Clube 12 de Agosto, em Coqueiros, assistia aos jogos e, de repente, comecei a jogar. Tentei o futebol no IEE, quando fiz o ginásio e não tinha a modalidade (basquete) na educação física. Gostei tanto que me convidaram para apitar um jogo e deu certo. Oscar Archer, presidente da federação, me convidou para um curso, fui aprovado e começa a carreira de árbitro.
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Decolou?
Sim. Entre Jogos Abertos de SC, Olimpíadas Escolares, Jogos Regionais, Estadual, Brasileiro, enfim, comecei a ser olhado, até vir os jogos internacionais.
Paris é logo ali…
A nossa arbitragem é olhada com ótimos olhos. Mesmo com o Brasil fora dos Jogos de Tóquio no basquete, somos respeitados lá fora. Podemos dizer que estamos entre os três principais países em importância na arbitragem do basquete, no mundo.
O show do skate
Em princípio, parecia uma brincadeira de moleque. Virou esporte olímpico. A emoção foi para a pista e a modalidade acabou virando a queridinha do público. Foram momentos de muita técnica da garotada, sob o comando de Pedro Barros, que faturou a medalha de prata. Isadora Pacheco e Yndiara Asp nos emocionaram.
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Peso pesado
A bola pesa mais de sete quilos, o arremessador muito mais. A história de Darlan Romani é forte e as dificuldades maiores ainda. Mas o catarinense não desiste. De um 4º lugar no Japão para uma medalha em Paris-2024. O público já compareceu com mais de R$ 200 mil em vaquinha aberta on-line para ajudá-lo a participar da próxima Olimpíada. Duda Amorim também brilhou, embora o handebol feminino não tenha conquistado medalha. A graça, a beleza e a técnica de Beatriz Linhares também brilharam no Japão.
Na quadra
Natália e Rosamaria, medalha de prata no vôlei voltaram feliz pela conquista. A primeira tem uma linda história em Joaçaba, onde chegou vinda de Ponta Grossa (PR), local de nascimento. Jogou os Jasc pela cidade, onde se destacou. Hoje atua no Dínamo de Moscou. A raça personificada em quadra. Rosamaria saiu do banco para encantar o mundo e representar orgulhosamente a terra natal: Nova Trento.
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Giro Total
Delicada a situação do Figueirense na Série C do Campeonato Brasileiro. Contratou muito e não conseguiu formar um time.
Situação diferente vive o rival. Tem grupo, tem time, precisa acreditar nisso. Arriscar mais para chegar a Série A do Brasileiro. Acreditar que pode.
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E na elite nacional estamos perdendo a única vaga que temos por conta de uma campanha desastrosa da Chapecoense.