Quarta-feira, 12 de agosto. Tarde cinzenta. Chuva miúda molhava o asfalto. Da janela podia perceber uma certa tristeza das pessoas que circulavam debaixo de seus guarda-chuvas. Ao observar o panorama lembrava minha Vó Gina: “Essa hora ela já estava preparando os chamados bolinhos de chuva”. Típica tarde para que alguma coisa mais alegre viesse acontecer. Lembro do futebol e num estalo do jogo da Liga dos Campeões.

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Vai começar. A bola rolou e vi Neymar fazer uma partida gigante. Sozinho, carregou o time do PSG, da França, numa virada sensacional.

Pareceu mais maduro, evitando quedas desnecessárias, acreditando sempre nas jogadas e vencendo-as. Um Neymar diferente, priorizando a bola, encarando os marcadores, jogando mais para o time e sendo decisivo na vitória do seu PSG. Cheguei a ficar com pena do Atalanta, o adversário que foi implacável no esquema de marcação, mas que pegou Neymar numa tarde fantástica. Vi o jogador que não tinha visto ainda em copas do mundo.

Voltei à janela e tive a sensação de que o final de tarde já não era tão triste quanto o começo. E eu que tenho feito algumas restrições ao nosso craque, que nem sempre prioriza sua carreira em detrimento ao fora de campo nada saudável, fiquei a pensar. “Se esse cara levasse mais a sério o futebol ele já teria sido eleito o número um há muito tempo”. Concorda?

Todo cuidado

É preciso entender a necessidade que os clubes tinham de retornar ao trabalho. E nisso há também que se reconhecer a seriedade com que a CBF tratou o assunto durante a paralisação, ao propiciar algum auxílio aos clubes. Secretário-geral da CBF, Walter Feldmann, na CBN, dissse tentar encontrar soluções.

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Descrença

Duas rodadas, véspera de uma terceira, e já se percebe uma preocupação do torcedor catarinense. Vivendo a pandemia, aliada às dificuldades que nossos clubes tiveram para montar seus times, há um descrédito muito grande em cima das nossas possibilidades.

Nível técnico

Os clubes têm a seu favor um grande argumento para justificar o pobre futebol que começaram a mostrar no início do Campeonato Brasileiro: a paralisação de quatro meses, problemas financeiros para qualificar seus times, dificuldades de treinamentos por determinação das autoridades, estádios vazios e tudo por conta do novo coronavírus. É tudo verdade. O futebol que estamos vendo, por enquanto, deixa muito a desejar. Alguns jogos beiram à mediocridade.

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A Série B

O futebol que nossos representantes apresentaram nos primeiros jogos, especialmente a dupla da Capital, sugere um campeonato de altos e baixos, sofrimento para o torcedor, qualidade abaixo do necessário para um acesso e muita preocupação. No meio da semana, o Avaí conseguiu perder para o Paraná; o Figueirense mudou cinco jogadores de uma vez só e só empatou com o Vitória em casa. Haja coração para o torcedor.

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No melhor momento

O centroavante Edu, do Brusque, está fora do futebol este ano. Jogador rompeu os ligamentos de um dos joelhos no jogo contra o Ypiranga. Os números de Edu são a marca do seu sucesso. Em 17 jogos, 12 gols com a camisa do Brusque este ano. Oito gols no Estadual, dois na Recopa e dois na Copa do Brasil. Carreira interrompida no seu melhor momento. Triste.

Toque do Bob

Pressão?

Esta palavrinha mágica não deve ser novidade para quem trabalha no futebol. Os resultados não vêm e a pressão aparece. Neste momento é preciso agir rápido.

Perdas

O futebol catarinense perdeu dois personagens por conta do coronavírus. O ex-presidente do Marcílio Dias, Admar Rosa, mais conhecido como Egon, e o Dr. André Karnikowski, médico do Brusque.

O Cruzeiro

O clube mineiro, que joga neste domingo contra o Figueirense, entrou com seis pontos negativos na tabela e já pagou. É uma diferença considerável superada em dois jogos. O campeonato vai começar agora para o time de Minas. Desse jeito, sobram três vagas para o acesso.

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O grupo

No Figueirense, Márcio Coelho está em isolamento. Raul Cabral assumiu. Foi criticado por ter mexido demais na escalação contra o Vitoria. Depois do jogo, disse que a decisão foi conjunta. Quer dizer que tem muita gente escalando?

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Experiência

Os bons também erram. O técnico do Avaí, Geninho, venceu o primeiro jogo em casa. Se não fez uma grande partida, ganhou, e bem, na estreia. Tinha que inventar um terceiro zagueiro no segundo jogo? É o raio do jogo fora de casa. Fechar mais o esquema para garantir resultado. Foi punido.

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Correção

Ao lembrar dos times chamados menores que conquistaram campeonatos do Estado no passado, a coluna errou ao citar o Operário de Mafra em 1956. O Operário foi campeão, sim, mas foi o de Joinville.

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