O campeonato brasileiro de futebol de 2020/2021, nas duas séries principais, A e B, mostra um equilíbrio técnico muito grande. Na Série B, a decisão foi por um gol, nos acréscimos do último jogo. Foi disputado em meio a alguma emoção, jogos de bom nível e outros nem tanto.

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A série principal, que ainda não terminou, está ainda com alguma dúvida quanto à reta de chegada. Já tivemos um São Paulo espetacular com uma queda técnica igual ao show que deu em alguns momentos. O Flamengo foi o time que até agora jogou mais bonito, como se tivesse plateia presencial para a fantástica torcida. Caiu e voltou a crescer tecnicamente.

O Palmeiras foi o time que mais investiu e por isso disputou competições paralelas. Ainda está no jogo na Série A, decide a Copa do Brasil e ganhou a Libertadores da América com direito a vaga no Mundial de Clubes. Meio que desinteressou-se pelo brasileiro.

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O Grêmio, que é time de chegada, caiu na hora mais aguda e apareceu a surpresa Internacional. É no momento o grande favorito, porque depende apenas dele e daqui pra frente vai jogar sob pressão por conta da posição. E então vem a pergunta: tem time para título?

O Inter tem uma equipe competitiva, com alguns valores individuais que fazem a diferença. Esta é a razão da liderança, do crescimento na hora certa. Ninguém mais cresceu que o Colorado. O técnico argentino Eduardo Coudet deu forma à equipe, deixando Abel Braga na cara do gol para adaptações à forma de atuar. O ex-jogador do Rosário Central tem muito a ver com este Internacional que tem hoje uma identificação muito forte com o Abel Braga.

Está perto de colocar as mãos na taça, repetindo 1975, 1976 e 1979. Curiosamente já há um técnico contratado pela diretoria colorada, mesmo que Abel seja campeão brasileiro. Coisas do Brasil.

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Febre 

Após a passagem do técnico Jorge de Jesus pelo Flamengo e Jorge Sampaoli no Santos e agora no Atlético-MG, parece que o exterior voltou a ser solução para o futebol brasileiro. Não só o Flamengo como Santos, Vasco e até o Avaí invadiram Portugal. Anteriormente, o São Paulo já havia tentado solução com vários técnicos argentinos, desde os tempos de José Carlos Poy, que foi inclusive goleiro do Tricolor paulista.

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Seria falta de profissionais brasileiros capacitados? Não teria esta resposta, mas entendo que poderíamos investir mais na nova geração de treinadores que está surgindo. Problema é o status dos grandes clubes.

E o Mundial? 

É uma medição de forças entre o continente europeu e o sul-americano. Não há como colocar no mesmo nível os africanos, mexicanos e árabes. Justamente agora vamos saber se o futebol brasileiro voltou a se aproximar da Europa com o Palmeiras. Desde os tempos do Flamengo, passando por São Paulo, Corinthians, Grêmio e Internacional, chegou a vez de o Verdão nos representar e acabar com a gozação dos torcedores através do velho bordão: “O Palmeiras não tem mundial”.

A campanha brasileira começa neste domingo e esperamos que se confirme uma final entre o Brasil (Palmeiras) e Alemanha (Bayern de Munique). Fora disso, é zebra. E daquelas!

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Pandemia 

Uma petição patrocinada por torcedores do Botafogo pediu a CBF que elimine temporariamente a determinação da queda de quatro clubes para a divisão inferior. Ou seja, virada de mesa pura. Alegação é de que foi um ano atípico que produziu enormes prejuízos financeiros aos clubes.

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Mudança de regra do jogo com ele em andamento é impossível. Uma forma de tentar salvar os que caíram sem alegar que foi por incompetência, afinal todos enfrentaram o mesmo problema da pandemia.

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A diferença 

Estamos às vésperas de mais um Campeonato Catarinense. A pergunta de sempre me foi feita novamente na última semana: “Quem pode surpreender?”. Pode até não ser, mas os indicativos todos são em cima do Brusque, que foi na verdade o time que mais acrescentou no Estado a partir de 2019. 

Toque do Bob 

A primeira semana após a Série B do Campeonato Brasileiro foi de negociações. Os clubes estão enxugando as folhas de pagamento.

As dificuldades maiores ficarão por conta de Figueirense e Criciúma, que vão para uma competição que não tem a presença da televisão forte. Isso sem falar na Série D, onde teremos Joinville e Marcílio Dias.

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A Série C tem auxilio da CBF nas passagens aéreas e só para distâncias maiores, daí a razão de ela ter dividido os grupos por regiões mais próximas. Sul e Sudeste estarão em um grupo para facilitar financeiramente.

São 20 clubes divididos em dois grupos. Em cada chave, os times se enfrentam duas vezes – jogos de ida e volta – totalizando 18 rodadas, com os quatro melhores de cada grupo avançando para a fase seguinte. As duas piores equipes de cada chave serão rebaixadas para a Série D de 2022.

Na fase seguinte, os oito classificados serão divididos em dois grupos de quatro times. Os dois melhores classificados de cada grupo serão promovidos à Série B de 2022, enquanto o melhor time de cada chave avança à final. Com isso, foi abolida a fase final em eliminatória simples, com quartas de final, semifinal e final que estava em vigor desde 2012.

Os dois representantes catarinenses estão no Grupo A, ao lado de Mirassol-SP, Botafogo-SP, Ituano-SP, Novo Horizontino-SP, Oeste-SP, Paraná, São José-RS e Ypiranga-RS.

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