Nesta segunda feira vejo passar mais um ano da nossa Florianópolis. Nascer e viver neste pedacinho de terra é uma benção. Lembro da cidade de outrora, da bucólica Floripa, dos velhos carnavais, do campeonato citadino, dos torneios inícios, dos campos espalhados pela cidade como Vila Nova e Independente da Trindade, Corinthians e Portuguesa de Desportos do Pantanal, Do Ipiranga da vila operária no Saco dos Limões, do Fernando Raulino da Costeira e do campo do manejo onde jogavam, Curitibanos, Fluminense da Prainha.
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:: Veja fotos de Florianópolis antes e durante a construção da Ponte Hercílio Luz
Da Sessão das Moças no cine Ritz as terças feiras, do Cine São José que abria suas sessões com o clássico Notre Dame, do coreto da praça XV onde a banda amor a Arte fazia sua retreta aos domingos as 19 hs, da missa dominical as 8 hs com Dom Joaquim Domingues de Oliveira e o monsenhor Frederico Hobold sempre com o auxilio da professora Olga Brasil.
São tantas as recordações que chorar de saudade é preciso…
Novos tempos

Ainda sou do tempo em que aprender a dirigir automóvel teria que passar por aulas em cima da Ponte Hercílio Luz que tinha duas pistas de madeiras e não se podia sair delas sob pena de ser reprovado pelo guarda Schmidt único torcedor do America em Florianópolis, antigamente.
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A explosão imobiliária mudou a cidade. Veio o aterro da Bahia sul e com ele a rodoviária, a passarela Nego Quirido, a tentativa de uma atividade esportiva que não vingou, a ponte Colombo Salles, depois a Pedro Ivo e a Avenida Beira Mar norte, a beira mar continental, a recuperação da ponte Hercílio Luz. A cidade mudou. Os cinemas fecharam dando lugar a salas cinematográficas, a Felipe Schmidt rua central da cidade foi fechada ao trânsito os shoppings apareceram como novo ponto de encontro, enfim, tudo mudou menos o encanto, o charme, a beleza o espírito do manezinho.
Saudade
Sem televisão, jornais modernos, internet, facilidade de comunicação como o celular e outros meios de comunicação temos hoje uma nova Florianópolis tão bela quanto antes, tão colhedora como sempre. Saudade dos tempos em que a professorinha Maria da Graça Tonolli de Oliveira perguntava o que a meninada gostaria de presente no dia das crianças. E todos, um pic-nic, o dia inteiro no campo da liga. E lá íamos nós passar o dia no estádio Adolfo Konder relembrando os jogos de Avaí e Figueirense.
Ou então, alguns mais afoitos queriam passar o dia subindo o Morro da Cruz por trilhas já que não havia estrada.
O Rancho do amor a ilha
O poeta Claudio Alvin Barbosa, o Zininho, autor do nosso hino produziu uma das mais Lindas peças musicais. De uma letra fiel que retrata a nossa ilha, Zininho, acompanhou de perto a luta do vereador (outro poeta) Valdemar Joaquim da Silva Filho, o Caruso, para tornar a musica o hino oficial da capital junto a Câmara Municipal.
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A capital e o embaixador
Os dois estádios de futebol, Ressacada e Orlando Scarpelli, Avaí e Figueirense, o nosso grande esporte o remo com Aldo Luz, Martinelli e Riachuelo, a Vela, o ciclismo, os bons tempos do futsal, basquete e voley, o nosso atletismo de títulos memoráveis e o grande Gustavo Kuerten o nosso melhor representante em todo mundo. Guga é a cara de Floripa, embaixador de todos os brasileiros, carismático, vencedor, exemplo para todos em tudo e por tudo. Lembrá-lo neste dia é de justiça como a tantos outros vitoriosos no esporte. 347 anos de Floripa parabéns para todos nós. A situação não permite comemorações mas podemos fazer uma reflexão individual sobre o que podemos fazer pela nossa cidade.