É uma discussão permanente. Ainda temos o melhor futebol do mundo? Claro que não. Somos sim o país do futebol, com mais de 1,2 mil times de futebol profissional, 360 mil atletas que vivem dele, sem falar nos dirigentes e profissionais de áreas ligadas ao futebol. Não temos mais a qualidade que foi nosso forte por muitos anos. Como exemplo bem atual, a variação e o equilíbrio do Campeonato Brasileiro.

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O Flamengo foi considerado o melhor time do Brasil. Não é mais. O São Paulo estava disparado na frente e já considerava-se provável campeão. Caiu muito. O Internacional que estava lá embaixo cresceu e se aproximou do líder, com chances de alcançá-lo. E o Atlético-MG, que foi líder no início, dava pinta de campeão, caiu de rendimento, mas voltou a ter chances.

O Grêmio sempre na disputa, Palmeiras preocupado com a Copa do Brasil e a Libertadores da América. E quem mais? O Santos. No momento, muito mais preocupado com a Libertadores, venceu o líder com um time reserva. Fluminense de altos e baixos, Corinthians acordou tarde demais, Atlético-PR oscilando. Enfim, temos vistos alguns bons jogos. Mas a grande maioria, nem tanto. As decepções são muitas: Vasco, Botafogo, o Bahia que investiu bastante e o tradicional Coritiba, a cada ano um vexame.

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E aí me perguntam: “Quem é o craque do futebol brasileiro?”. Procurei e não achei, mas lembrei de um jogador que está fazendo a diferença no time dele: Marinho, do Santos. É pouco, não? Com tudo isso, o Brasil ainda é o mercado mais procurado do mundo. Lá fora, é olhado com atenção e respeito, principalmente quando se trata de promessas.

É comum um jogador brasileiro aparecer na Europa com destaque sem nunca ter atuado no Brasil. Do mercado atual, nada. A Europa e outros continentes querem os garotos que mal surgem já estão atrelados a empresários. E a nova pergunta. Como chegaremos na Copa do Mundo do Catar?

Como nos velhos tempos

Brusque, a cidade, volta a viver e respirar o futebol com a devida importância. A vitória diante do Ituano-SP por 4 a 2, na última segunda-feira, colocou o time na Série B do Campeonato Brasileiro elevou o torcedor para as ruas e de lá ao estádio para comemorar com os jogadores e dirigentes. Uma campanha memorável. E se ninguém tem nada para comemorar em 2020/2021, o Brusque tem. Título da Série D em 2019, vice-campeão do Estadual em 2020, e ainda tem uma série de títulos na Copa SC e Recopa Catarinense.

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Nada mais justo 

O trabalho. Sim muito trabalho, organização, doação, dificuldades financeiras, montagem de grupo, sustentá-lo e a chegada à Série B nacional. Isso tudo passa por um nome que precisa ser enaltecido: Danilo Rezini, o presidente que há 12 anos está perseverando por um lugar ao sol.

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Chegou. E isso me remete aos anos 1950, quando o Carlos Renaux foi bicampeão estadual (em 1950 e 1953). Os olhos do futebol catarinense voltavam-se para a cidade de Brusque, que tinha outro gigante, o Paysandu. Comemorem. Brusque está de volta ao cenário do futebol.

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Qual o problema? 

A Chapecoense chegou a ser modelo de gestão do futebol nos tempos de Sandro Palaoro. Cresceu, apareceu para o cenário nacional, recuperou-se do acidente aéreo, mudou de diretoria e, de repente, aparece no mercado com uma dívida de R$ 35 milhões ao final de 2018. Valor inimaginável para um clube de porte médio. 

Como fazer?

Surge Paulo Magro, e aos poucos ele recupera as finanças com uma presença marcante na presidência do clube. Sempre muito transparente, disse à coluna que o atraso de salários era inevitável. Aconteceu. Ainda assim, os jogadores levaram o time à liderança da Série B nacional.

Novamente, uma queda técnica. E surgem notícias de um atraso salarial que chegaria a quase sete meses. O atraso, sim, mas os meses ninguém confirma no clube. Missão para o novo presidente: resgatar a credibilidade do clube, no momento em que a volta a Série A é certa.

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O manda chuva

Nada daqui para frente será feito no Avaí se não passar pelo crivo do novo diretor executivo do clube, Marco Aurélio Cunha. O nome do novo dirigente foi muito bem recebido. Isso dá mais responsabilidade ao trabalho. O projeto futuro passa pelo comprometimento dos profissionais. Quem não tiver, não vestirá mais a camisa azurra. Muita expectativa quanto ao sucesso do comando.

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Toque do Bob

Nova mudança: O Metropolitano segue em busca da identidade no futebol catarinense. A cidade sede, Blumenau, não lhe oferece condições para representá-la no futebol. Tentou Brusque e não deu certo. A Ressacada foi colocada à disposição e o Metrô aceitou. Voltou atrás. Resolveu definir Ibirama como sede do mando de campo para o Estadual de 2021.

Sem estádio: Uma pena que o futebol de Blumenau continua enfrentando este que é o maior problema: a falta de um estádio. O belo complexo esportivo do Sesi fechou definitivamente para o futebol profissional. Lamentável.

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Movimentação: Hemerson Maria no Criciúma. Vinicius Eutrópio no Joinville. Paulo Baier confirmado no Próspera. Jorginho só não fica no Figueirense se não quiser. O mercado está agitado. Zé Antonio, ex-capitão do Figueirense, no JEC é uma boa.

Quem fica?: E o Brusque conseguirá manter este time para o Estadual? Se conseguir, é candidato a uma grande competição. Já se sabe que alguns jogadores terão reajuste salarial, mas de acordo com a realidade atual do futebol. Precisa.

Arbitragem: Já tivemos a árbitra assistente Cleyde Mary Ribeiro dos Santos (Fifa) trabalhando em mundiais. Nadine Basttos só não foi internacional porque preferiu a televisão e agora Neusa Back convocada para o Mundial como assistente. SC tem produzido qualidade na arbitragem feminina. Precisamos investir mais.

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