Sem futebol (campeonato Catarinense) nos dias da folia o carnaval é a pedida para aqueles que gostam e sabem aproveitar. Vivemos uma época em que o carnaval vive em função da segurança. Se tem você arrisca brincar. Se não tem você está sujeito a chuvas e trovoadas.
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Bem diferente da minha época em que tudo fazia sem tido. Em Florianópolis brincava-se durante o dia em volta da Praça XV, onde eram montadas barracas que vendiam, lanches, água, refrigerantes, cerveja, confetes, serpentinas e até lança perfume. Blocos desfilavam garbosamente com os travestidos circulando alegre e inocentemente.
Hoje, estamos resgatando o carnaval de rua, os blocos, o concurso de marchinhas, enfim, o clima carnavalesco em torno da cidade.
Municipal

Depois do enterro da tristeza na quinta-feira, vinha o Municipal com o concurso das fantasias. Criado pelo jornalista Lázaro Bartolomeu e realizado primeiramente no Teatro Álvaro de Carvalho, virou uma atração nacional com o concurso de fantasias de luxo e alegoria a partir do momento em que o Clube Doze de Agosto adquiriu os direitos autorais.
Apareceu então a figura do grande Osvaldo Gonçalves, o Dico, que de tanto vencer o concurso virou Hors Concours. Hoje, com 80 anos de idade, Dico, de vez em quando é lembrado e ainda esta semana foi homenageado num programa da TV Câmara de Florianópolis que contou sua historia vitoriosa.
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O desfile especial para os jurados era realizado internamente antes do clube abrir seus salões para o baile o que ocorria lá pela meia noite. A partir de 20h, a TV Cultura entrava ao vivo mostrava o concurso e a meia noite começava o baile com os vencedores participando.
Nos clubes
Já na sexta-feira era possível participar de bailes no Clube 6 de janeiro, Ipiranga e Limoense do Saco dos Limões, XV de Outubro na Conselheiro Mafra, Democrata na Praça XV além do Lira Tênis Clube.
Mais tarde
O Paula Ramos em conjunto com o colunista sociais Moacir Benvenutti criou o Baile Vermelho e Preto e trazia artistas conhecidos da televisão para abrilhantá-lo com transmissão da TBV Barriga Verde. O LIC fechava o carnaval com o baile das estrelas na terça-feira com a RBS-TV ao vivo ou em flashs.
E tinha ainda os bailes publicas a partir de sábado até terça-feira sempre as 23h na Praça XV em frente a catedral metropolitano abrilhantados pela bandinha furiosa do então vereador Clodoaldo Amaral.
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Blocos e escolas
No sábado, além dos blocos de sujos, durante a tarde inteira na Praça XV onde tudo acontecia, a noite uma promoção da TV Cultura apresentava o concurso dos blocos na passarela de onde surgiu o Consulado do Samba.
Domingo das escolas de samba e segunda-feira as grandes sociedades com seus carros de alegoria e mutação. Na terça-feira todos desfilavam para os que ainda não tinham ido a passarela.
Uma grande atração

A orquestra Philarmônica Desterrense, a maior identidade da nossa terra, com a cultura nasceu em 1960 por causa de uma portaria do Secretario de Segurança que proibia homens vestidos de mulheres nos blocos de ruas. A turma da Rua Bocaiuva mais tarde da rua Saldanha Marinho, na casa dos Barretos, liderada pelo Tullo Cavallazzi não gostou.
Pensou um um bloco ou coisa parecida, mas esbarrava na ideia de uma fantasia diferente. Nasceu a Philarmonica ironicamente em traje de gala. Musicas que não tocavam nada e essa era a condição, não tocar instrumento musical. Por mais de 40 anos foi a grande atração dos domingos antes do desfile das escolas de samba.
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Nossos personagens
Os que fizeram a historia do carnaval estão bem presentes em nossa memória. Airton Oliveira o eterno diretor de turismo de Florianópolis, nas escolas de samba, Armandino Gonzaga, Dona Uda, Aves-vous, Helio Norberto da Silva, DasCuia, Roleta, Dona Geninha, Nega Tide, os Reis momos Lagartixa e Hulk, entre outros.
E o futebol?
Para o campeonato estadual, seguem os regionais pelo Brasil. Não diríamos que é folga por aqui até porque os clubes não vão parar de treinar e se preparar para a volta do estadual dia 29 de fevereiro. Uma pausa para o torcedor.