O fim de semana marca o término da primeira fase do Campeonato Catarinense. Grandes decepções e boas surpresas. O futebol de Florianópolis chega em baixa, com a dupla muito longe do que deveria tecnicamente. 2022 é um ano do futebol medíocre, especialmente por parte do Avaí. O Figueirense de um começo terrível e incerto deu a volta por cima e pelo menos está classificado às quartas de final. O Avaí briga para não ser rebaixado. Fazia muito tempo que não testemunhava um futebol tão pobre dos representantes da capital.
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A favor do Figueirense na recuperação, as vitórias nos dois clássicos. Incontestáveis e com autoridade. Precisa jogar também contra os demais adversários. No Avaí, a dúvida do torcedor que pediu e pressionou pela saída do técnico Claudinei Oliveira. Hoje, acham que o time joga sem marcação, sem esquema defensivo e vulnerável a tomar gols incríveis. A pensar que tipo de time Santa Catarina terá a representá-la na Série A do Brasileiro. Uma grande preocupação ronda o nosso futebol.
O Figueirense apostou no técnico Júnior Rocha e acreditou no time. Alguns resultados mexeram com o clima no Scarpelli. Prevaleceu a confiança e o grupo respondeu. Que não se diga que o Avaí precisa mudar totalmente. Reforçar, sim. Mas o grupo tem qualidade. Cabe ao técnico descobrir qual o problema e se existe algo fora de campo minando a turma. Mexer taticamente também é necessário. O time azurra continua sem um terceiro homem de meio de campo, que arme e conduza a equipe. Digamos que tem Bruno Silva e Jean Cléber, mas não tem um Oberdan.
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O Figueirense tem problemas, sim. Foram superados nos dois clássicos. Por ser um jogo especial, as coisas aconteceram, possivelmente mascarando alguns pontos vulneráveis. Vamos reconhecer que o alvinegro deu show nos dois clássicos e nada mais. Laterais, miolo de zaga, volantes e ataque. Em todos os setores há problemas. Chegou-se a pedir, por baixo, sete reforços. As vitórias no clássico fazem esquecer e escondem as fragilidades.
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E ficou a pergunta no ar: será que o Figueirense repetirá o desempenho deste último clássico nos próximos jogos ou terá que pedir aos demais times para usarem a camisa do Avaí, que é mais que uma motivação para o alvinegro?
Os próximos capítulos começam neste sábado.
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2022 é o ano das surpresas no Campeonato Catarinense. Camboriú e Concórdia, classificados na primeira etapa. Barra, Marcílio Dias e Próspera brigando por vaga. Todos com equipes bem arrumadas e buscando um lugar no cenário nacional, ou recuperando posição. No meio disso tudo, o Joinville, dono de 12 títulos estaduais, vive uma via crúcis sem fim.
Depois deste sábado, serão definidos os oito clubes que vão brigar pelo título. Será no famoso sistema de eliminação, conhecido popularmente como mata-mata. Um jogo em cada cidade e os quatro primeiros fazem a segunda partida nos respectivos estádios.
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O sexto grande
É o Brusque? Penso que sim. Mostra-nos este ano um futebol organizado, bem jogado, comando firme do técnico Waguinho Dias e um grupo comprometido. Perdeu Thiago Alagoano e Edu, e mostrou que não jogava apenas em função dos dois. Quando começou o Estadual, Waguinho foi firme na primeira declaração: “Precisamos de um título. São 30 anos do último que conquistamos. Está na hora e vamos brigar muito por isso”.
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A cidade
Brusque tem dois campeonatos estaduais, com o Carlos Renaux, em 1950 e 1953. O Paysandu tem um vice, em 1956, e o Brusque foi campeão em 1992, superando o Avaí na decisão. De lá para cá, muita dificuldade, momentos ruins, a recuperação, discussão com o Carlos Renaux sobre o uso do Estádio Augusto Bauer e a volta por cima. Brusque protagonizou o maior jogo da história do futebol no Estado: Carlos Renaux e Botafogo, em 30 de março de 1958. O time carioca veio com Nilton Santos, Garrincha, Didi, Quarentinha, Pampolini e companhia, com João Saldanha de técnico.
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História
Garrincha chamou Didi e Nilton Santos e gritou: “Pessoal, olha quem joga neste time da fábrica daqui. Aquele careca que joga de gorrinho”. Era Teixeirinha. Fim do 1º tempo: 4 a 1 para o Carlos Renaux. Saldanha não deixou ninguém ir para o vestiário, instruiu o time no campo mesmo. No 2º tempo, em 19 minutos, veio o empate. Placar final: 5 a 5. Histórico. À noite, a CBD divulgou os convocados para a Copa de 1958, na Suécia. Nilton Santos, Didi e Garrincha souberam da convocação em Brusque. Depois o mundo iria conhecê-los.
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Outra tradição
O primeiro título que vi uma equipe conquistar bem de pertinho foi o Hercílio Luz, em 1957. Ao apito final do árbitro, pulei a cerca (sem alambrado) e fui para dentro de campo festejar com jogadores e torcedores que vieram de Tubarão o título no Estádio Adolfo Konder. Vibrei com o goleiro Bateria, de quem era fã, a zaga Rato e Pinto, o meia Betinho (que veio para o Figueirense), Adir, Giovani (que foi para o Grêmio), Valdir Berg (que o Metropol contratou), enfim, abracei um senhor calvo simpático e feliz que depois virou meu amigo, Salim Mussi, o presidente. Que momento.
Era um guri feliz, porque via um futebol bem jogado e sem esquemas mirabolantes. O Hercílio Luz está de volta. A lamentar as ausências entre nós do próprio Salim, do filho Michel (que também foi presidente) e do Tulio Zumblick. Nomes que precisam ser lembrados.
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Giro Total
> Nesta 1ª fase do Estadual, Oberdan, do Figueirense, foi o melhor. A continuar, será o craque da competição. No Avaí, o goleiro Douglas foi o destaque.
> O Barra nos apresentou Dudu Silva, um jogador de bom potencial que atua pelo lado esquerdo do campo, com grande desenvoltura. O Camboriú tem Jorge Henrique comandando o time.
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> O Hercílio Luz equilibrou o sistema defensivo com Rafael Lima, Dentinho e Tito comandam o ataque. Denner é nome do meio. Zé Vitor é o destaque no Marcílio Dias.
> No Joinville, Cristhian conseguiu se salvar em meio a um time muito limitado. Diego Jardel comanda o Brusque com qualidade e experiência. E A Chape ainda se vale do futebol de Perotti.
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