Após a vitória por 2 a 0 no primeiro jogo da final do Campeonato Catarinense, já podemos dizer que há um favorito para a grande decisão. Não que o título esteja decidido, mas a Chapecoense encaminhou bem o jogo a final para domingo (13). O Brusque terá de buscar alternativas na sua forma de jogar para surpreender. O futebol apresentado pelo time do Vale do Itajaí na Arena Condá foi pouco. O Brusque pareceu cansado e com dificuldades no sistema defensivo.

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O que fazer?

No futebol nada é definitivo. Um gol em cada tempo para tentar a chance nas penalidades é uma alternativa. Atenção aos zagueiros na bola alta. Diminuir espaços para Anderson Leite,  Anselmo Ramon, Aylon, Denner, o armador, e a velocidade de Paulinho Mocelin. Paciência para encaminhar melhor o jogo se quiser ter chance. Um pouco mais de vibração, afinal é a decisão de um campeonato. A Chape vai jogar pelo regulamento, sem se expor.

As decisões que vivi

Vivi ao longo do tempo muitas decisões no Campeão Catarinense. As melhores, mais equilibradas, vibrantes e cheias de histórias foram as de um passado distante. Do tempo em que serraram a perna de madeira que sustentava uma cabine no estádio Augusto Bauer, a porta de um avião que abriu em pleno voo e o árbitro que tentava acender um cigarro de palha e foi acusado de estar contando dinheiro supostamente recebido para facilitar uma decisão.  Neste domingo vamos vivenciar mais uma delas e passa por mim um filme relembrando jogos, craques, artilheiros, árbitros, todo o ingrediente necessário para uma grande decisão.

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O artilheiro

Lembro de Juarez, do Caxias de Joinville, em 1954. Chamavam de tanque. Forte, posicionamento perfeito e bola na rede. Fez cinco gols somente na decisão contra o Ferroviário, de Tubarão.

O Craque

Valério Mattos comandou o Paula Ramos em 1959. Bem secundado por Nélinho e Sombra, Valério era elegante no trato a bola, parecia chamá-la de excelência.

O árbitro

Arnaldo César Coelho deu aula no tricampeonato do Metropol em cima do Marcílio Dias. Dalmo Bozzano foi quem mais apitou decisões. José Carlos Bezerra foi o mais técnico e disciplinador.

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História

Em 1968, terminada a decisão entre Comerciário e Caxias, em Florianópolis, eu e Carlos Alberto Campos surpreendemos Silvano Alves Dias, um fuzileiro naval, embaixo dos eucaliptos contando o que parecia dinheiro por baixo de um casacão da Marinha.

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Propina?

A semana foi pesada nos bastidores. Diziam estar o árbitro encomendado para facilitar o título a um dos times. Quando chegamos nele, o homem tentava evitar o vento sul forte e acendia um cigarro de palha. Contamos a ele a história e ficamos rindo o resto da tarde.

1948

Ainda garoto e sem entender nada, vi o árbitro Mário Vianna suspender o jogo Paula Ramos e América, de Joinville, no domingo à tarde para reiniciá-lo às 7h30min de segunda-feira porque tinha um voo para o Rio de Janeiro marcado para as 11h. A decisão foi nos pênaltis.

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Uma Surpresa

Em 1966, a família Brandalise, de Videira, resolveu montar um time para disputar o estadual e conquistou o título. Destaques para o zagueiro Pelé e o meia Righetti. Ao representar SC na Taça Brasil, resolveu reforçar o time e levou vários jogadores de outros clubes, desmanchando o que tinha sido campeão estadual. De cara tomou 8 do Grêmio.

Nunca

Considerado o melhor jogador da história de Santa Catarina, Nildo Teixeira de Mello nunca foi campeão estadual. Atuou no Carlos Renaux e não estava lá nos títulos. Atuou em outros campeões em anos sem conquista. Teixeirinha carregava consigo uma grande mágoa. Natural de Tubarão, jogou lá apenas uma vez e foi vaiado. Nunca voltou para a cidade e nem jogou mais em Tubarão.

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Toque do Bob

2020 marca a cidade de Brusque novamente na decisão do estadual > O único título foi em 1992 em cima do Avaí. Transmiti esse jogo pela TV, mas não fui a Brusque. Off-tube no estúdio porque em seguida tinha uma mesa redonda sobre o título.

Ledo engano > Havia um clima todo preparado na quase certeza do Avaíi campeão. Venceu o primeiro jogo na Ressacada. Convidados a postos no aguardo do apito final. Derrota nos 90 minutos e na prorrogação.

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Mudança rápida > Os convidados foram trocados em cima da hora. Saiu o Avaí e entrou Ciro Roza prefeito na época, Rubens Fachini, o capitão e zagueiro Solis, o técnico Joubert Pereira, entre outros.

Razão > O motivo da narração ter sido feita do estúdio foi exatamente porque não chegaria a tempo de voltar para a mesa redonda pelo tumulto na BR-101, invadida por torcedores. Realizar o programa de Brusque não dava, não havia canal da Embratel disponível no horário.

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Neste domingo > Estaremos novamente em mais uma decisão do estadual. Novos tempos, a começar que vamos para a decisão de um título sem a presença do torcedor, o que não deixa de ser totalmente estranho.

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