O bom das entrevistas do técnico Augusto Inácio é que ele não esconde os problemas do time. Escancara todos com críticas contundentes aos setores que não funcionaram. Por outro lado transfere responsabilidade pelo resultado quando já poderia começar a assumir parte dos problemas.
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Em sua análise, disse que faltou garra, força, vontade do time. O meio campo acha que jogar futebol é somente ter a bola nos pés. Não temos avançado (atacante) e a defesa tomou gol de criança (inocente) de 14/15 anos.
Inácio mandou um recado para a torcida, que já aos 10 minutos estava vaiando o jogador Alemão.
— Não sou daqueles que tira o jogo por pressão da torcida. Alemão saiu porque precisa dar um pouco de ritmo ao Rildo e se não tiver outro para o clássico ele jogará. Hoje não temos um time talvez amanhã com a vinda de outros jogadores, talvez.
O técnico do Avaí disse que se dependesse dele disputaria o estadual com o time sub 23 como fazem os grandes cubes do Brasil. Ficaria preparando a equipe para o brasileiro, que considera mais importante.
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Augusto pareceu irritado e se disse incomodado: "perder tudo bem mas desta forma não aceito".
Mais um ponto positivo da entrevista de Inácio é que ele não busca problemas na arbitragem ou no adversário para justificar a derrota. Não mascara o jogo com palavras de enfeite como, jogamos bem, tivemos azar, o adversário chutou uma bola e marcou, se fechou todo, etc. O técnico viu mérito no Brusque exaltando o seu esquema de jogo, cuja proposta foi bem desenvolvida.

O jogo
Salvo o fato do treinador português não se incluir como o grande responsável nos bons e maus momentos do time, ele tem razão em quase tudo que disse.
Salvo o meia Valdívia que tentou jogar e não teve quem o ajudasse, o Avaí ficou muito longe do que precisa um bom time de futebol para vencer um jogo. O Brusque veio com a mesma proposta da decisão da Recopa. Marcou muito, usou os lados do campo, especialmente nas costas de Zé Marques, e maçou a subida de bola do lado direito do Avaí.
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No final, o gol da vitória num contra-ataque que se desenhava a todo instante e de sobra um pênalti que Edu chutou na trave, quando podia repetir o mesmo placar da Recopa.
Valdívia continua sendo o único jogador razoavelmente lúcido no Avaí. No mais, nenhum destaque e uma vitória merecida do Brusque.
Arbitragem: a renovação
Não temos tido sorte. Louvável o trabalho da FCF em nos dar novos árbitros. Sinésio Mendes Jr. que atuou na ressacada quinta-feira atrapalhou o jogo inteiro. Truncou com faltas inexistentes e não marcou quando deveria. Ignorou uma falta violenta de Zé Marcos do Avaí em Edilson do Brusque. Ficou com medo de aplicar o vermelho. Não teve critério, foi mau auxiliado e pareceu prepotente em alguns momentos. Não está pronto.
A terceira rodada
Com três jogos de cada time o Estadual tende a apresentar novidades após a fase de classificação. Como fatos positivos o Juventus, o maior deles é o início do Figueirense. Concórdia, Tubarão e Chapecoense ainda não decolaram no campeonato.
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Uma vitória do Juventus contra o Tubarão na próxima rodada e o time de Jaraguá do Sul estará classificado praticamente para o mata mata. Situação começa a pesar para a Chape que recebe o Brusque domingo em casa precisando vencer para não se complicar.
O Clássico
A derrota do Avaí para o Brusque não dá direito a rotular o Figueirense como favorito do jogo. Já se falou muito disso, o clássico é outro campeonato. A rivalidade das duas equipes vêm de 1924, é portanto quase centenária. O Figueirense, penso que está quase pronto, bem diferente do Avaí cheio de problemas técnicos e físicos.
A pergunta é a mesma de sempre. Quem chega melhor para este clássico? O Figueirense. Isso não significa, vitória mas é uma boa credencial.