Doce dúvida cruel. O jornalista senta à frente da máquina de escrever (sim, sou desse tempo) para produzir uma coluna. Abertura sempre deve ser um pouco mais impactante. Deveria ser, se não estivéssemos atravessando uma tal de pandemia interminável e que paralisou o esporte em geral. Olho para o calendário. Julho terminando. Nem a famosa festa Juliana foi lembrada. Ah, sim… o Campeonato Catarinense está de volta para fechar o mês. Paro, penso e me pergunto. Será que volta mesmo? Bom, vamos pensar alto e com otimismo.
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Está marcado, então vai ter. E se o homem lá do Centro Administrativo, irritado com a derrota do time em Chapecó, entender que podemos esperar um pouco mais? Não, isso não, ele também deve estar com vontade de dar uma espiada num joguinho do time do Sul da Ilha.
Claro, mas só na televisão, hein. E se estou apostando tudo neste final de julho e parto para uma análise dos jogos, uma espécie de quem é quem para os jogos de volta? Fecho a coluna e mando. Em cima da hora o homem baixa um decreto cancelando tudo. Como fico? Não dá para mudar nada. Aí, corro o risco de ser chamado na sala do editor-chefe para aquele bilhete de despedida, que espero ainda demore.
Então, fico com essa dúvida cruel da incerteza, da luta contra o tempo e das surpresas de última hora.
Não querem jogar
Dentro desta incerteza cruel que estamos vivendo dois times torcem contra. Parece incrível, não? Tubarão e Concórdia trabalham nos bastidores para não serem rebaixados em 2021. Está no regulamento e assim foi aprovado por eles mesmos: os dois últimos da fase de classificação disputarão, pelo sistema mata-mata, o rebaixamento para a Série B. Este jogo está marcado para esta segunda-feira (27), às 15h.
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Por que não querem
O Tubarão teve muitos problemas durante o campeonato, inclusive com o homem forte Luiz Henrique Martins Ribeiro deixando o clube. O Concórdia renovou contrato com alguns jogadores até 31 de julho. Os números da pandemia aumentam a cada dia. O prefeito de Tubarão proibiu futebol. Treinos? Está difícil. Quem não se apresentar para o jogo corre o risco do W.O. Os dois trabalham nos bastidores pelo não rebaixamento este ano. Que ano hein!
Em tempo
Um velho amigo manda um WhattsApp, sugerindo: “aproveita que não tem futebol e elege os dez melhores jogadores de Santa Catarina que visses jogar”. A ideia é ótima, para me incomodar. Misturando gerações (aí, é que está a briga), de relance, sem pensar muito. Olha só: Adolfinho, Saul e Zenon (Avaí); Júlio Camargo e Luiz Everton (Figueirense); Didi (Caxias); Teixeirinha (Carlos Renaux); Nardela e Wagner Bacharel (JEC), Nelinho, Valério e Zilton (Paula Ramos). Nossa, aqui já tem 12. E ainda faltam Balduino, Veneza, Lico, Edésio, Madureira. Vou parar e, por favor, me poupem. Devo ter esquecido um monte de craques.
Brilho na TV
Mais uma vez a Rede Globo deu uma bela sacada, levando para as transmissões esportivas o brilho, a graça e beleza e o conhecimento da nossa ex-árbitra assistente Nadine Câmara Bastos. Conversei com ela, que se mostrou entusiasmada com o novo desafio. Está se preparando para a estreia no Campeonato Brasileiro. Papai José Carlos Câmara Bastos, dono de uma das mais belas vozes de rádio e TV, onde quer que esteja, festeja o momento da filha.
Toque do Bob
> Esta pergunta a gente ouve sempre na semana de um clássico: “Quem chega melhor?”. Agora, ela vale para os jogos da volta das quartas de final do Catarinense.
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> O momento favorece o Figueirense, que joga em casa e com uma vitória no primeiro jogo. O empate serve. Se perder com um gol de diferença ainda tem chance no pênalti.
> Outra boa vantagem tem o Brusque, com a diferença. O adversário é o campeoníssimo Joinville, que em qualquer situação sempre é o gigante JEC, em tempo de recuperação.
> O jogo mais equilibrado na minha visão é o de Itajaí, onde o Marcílio Dias vai precedido de uma grande campanha na fase de classificação e joga em casa. Sem público, a vantagem diminui. Do outro lado, o Criciúma, outro gigante catarinense. Aqui não dá para arriscar nada.
> E o Avai, hein? Então favorito, líder da primeira fase, melhor time do Estado e uma derrota com dois gols. Quadro difícil para recuperar, embora tenha totais condições. A Chape tem a melhor vantagem de todos, mesmo jogando fora de casa.
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