Diferente e inédita. Em meio a temperaturas elevadíssimas, a Copa do Mundo foi transferida da metade para o final do ano, como se o país inteiro tivesse entrado em férias durante esse período, aguardando o maior evento esportivo do planeta. Qualquer que seja a época, confiamos na reafirmação do futebol brasileiro, na capacidade de luta e do desejo de marcar posição no cenário internacional, mais uma vez.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Daqui a três semanas, 215 milhões de brasileiros darão uma pausa na preocupação com as dificuldades, esquecerão que problemas existem e o futebol estará em primeiro plano. Uma hipnose coletiva vai girar em torno de milhões de seres humanos, que permanecerão presos a magia de 22 homens correndo atrás de uma bola dentro de um campo de futebol. É mais uma Copa do Mundo e em torno dela um ideal, uma ideia capaz de congraçar todos os espíritos, de harmonizar rivalidades e aplacar sentimentos a taça do mundo.
As ruas estarão enfeitadas em todo país, da casa humilde a suntuosa mansão. A mesma emoção, o mesmo sofrimento, a mesma alegria na hora do gol. Falta pouco. A espera parece interminável. O mais ambicioso troféu esportivo do mundo nos faz lembrar da Jules Rimet, a taça mais famosa da história das Copas. Era uma estatueta de 30 centímetros de altura, toda talhada em ouro maciço. Pesava 4 kg e a execução requereu o uso de 1,8 mil kg de ouro fino.
O nome foi dado ao fundador da Fifa e criador da Copa do Mundo. Ele presidiu a entidade e implementou o futebol no mundo inteiro, de 1929 a 1954, quando morreu. Estamos de novo a caminho de mais uma Copa do Mundo.
Continua depois da publicidade
Leia outras colunas de Roberto Alves
Nas próximas edições vou relembrar algumas histórias que protagonizei ou fui envolvido. É assim em Copa do Mundo, algo de especial, além do futebol, tem de acontecer. Se não, você não viveu a Copa.
Perdemos para nós
Sempre seremos muito considerados em Copa do Mundo. Nossa tradição vem desde que ainda não tínhamos sido campeões. Em 1950, nossa seleção era quase imbatível, até a final contra o Uruguai. Danilo Alvin, Ademir Menezes, Zizinho, Jair da Rosa Pinto e Friaça eram nossas estrelas. O mundo assistiu 200 mil pessoas chorando na inauguração do Maracanã. O “já ganhou” entrou em campo e foi a maior motivação que os uruguaios precisavam.
Primeiro título
Veio a mudança radical na Seleção, a partir da chegada do técnico Vicente Feola. Com o garoto Pelé, aos 17 anos, tendo ao lado Garrincha e a experiência de Didi (foto). A seleção maravilhou o mundo inteiro. Nelson Rodrigues, na crônica pós-título sentenciou: “O sujeito que após os 5 a 2 na Suécia, em 1958, não chorou lágrimas de esguicho, é um mau caráter”.
Sai Pelé, entra Amarildo
No Chile, em 1962, como em 1966, na Inglaterra, arrebentaram Pelé. Amarildo, fruto de uma geração de craques do Botafogo, assumiu o posto do Rei e foi decisivo, principalmente no jogo contra a Espanha. O protagonismo da Copa do Chile foi toda de Garrincha. Ele surpreendeu o mundo com os dribles que entraram para a antologia do futebol mundial. Foi a estrela destacada da seleção naquela Copa.
Continua depois da publicidade
Em 1970, a TV
Florianópolis ganha oficialmente o primeiro canal de TV, que foi ao ar em caráter experimental em 31 de maio de 1970. No mês seguinte conseguimos autorização do governo para retransmitir a final da Copa. Inédito. Poucos acreditavam que seria possível ver o jogo ao vivo, na hora em que acontecia no México. Vimos o tri ao vivo e dele participei com a ancoragem no estúdio da TV, em transmissão narrada por Fernando Solera (Band) e Walter Abraham (Tupi), por sorteio do pool de emissoras. Primeiro grande momento vivido em Copa do Mundo em SC.
Ao Vivo
Em 1978, fui convocado por Valter Abraham, chefe da equipe esportiva da TV Tupi, e fomos à Copa da Argentina. Sem planejamento e nem direitos de transmissão, nossa cobertura durou uma semana, em meio a um clima pesado, imposto pelo general Jorge Rafael Videla, presidente do país. Voltamos.
Giro Total
Melancolia: A torcida do Figueirense vai viver mais um fim de ano triste e sem esperança para 2023. Precisa mudar. Coragem para alterar tudo, a partir da comissão técnica. Time perdedor, onde salvaram-se poucos.
Igual: No Avaí, o ano não foi diferente. Perdeu a Recopa, foi mal no Estadual, avançou pouco na Copa do Brasil e termina dramaticamente a Série A do Brasileiro.
Continua depois da publicidade
Por pouco: O Criciúma acordou um pouco tarde, mas ainda brigou pelo acesso. Não passou por drama e a permanência na Série B foi garantida com folga.
Apagar das luzes: Gilmar Dal Pozzo foi contratado para salvar a Chapecoense de um rebaixamento que rondou a Arena Condá. Conseguiu, com dificuldade.
Nosso campeão: O Brusque caiu. Tentou formar uma equipe competitiva, mas trouxe muito medalhão já em fim de carreira. Não deu certo. Estará junto do Figueirense na Série C em 2023.
Leia também:
Tite convoca os 26 jogadores para a Copa do Catar; saiba quem são
Avaí parabeniza Raphinha por convocação para a Copa do Mundo
Análise: Comentaristas da NSC avaliam convocação da Seleção Brasileira