Era manhã de sexta-feira, mês em que colocamos no ar o primeiro canal de televisão oficial em Florianópolis. Sento a frente do computador e um filme começa a rodar na minha cabeça. Por ele passam historias maravilhosas que vivi na comunicação catarinense e brasileira para chegar no estádio do Marcilio Dias, onde tudo começou.

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São passados 64 anos de carreira, sendo 51 dedicados a televisão onde passei por todos os departamentos até chegar á direção da RCE TV. Fui narrador e apresentador, funções que sempre me aproximaram do público com grande reconhecimento.

Do futebol á motonáutica, narrei modalidades como punhobol, passando pela inauguração da Ponte Colombo Salles para 22 emissoras da Rede Tupi, e um famoso supermercado de Florianópolis. Além da Avenida Beira-Mar Norte e sem falar no Carnaval e nos desfiles de 7 de setembro. Quanta saudade…

Teve Copa do Mundo, Sul Americano de Remo, Jogos Abertos, todas jornadas memoráveis na televisão. Depois de 13 anos de rádio e 28 de televisão, cheguei à RBS lembrando de ter narrado na TV Tupi a Libertadores da América em 1975/76, com o Internacional representando o Brasil e ao lado de Walter Abraham, que narrou com Fernando Solera a final da Copa de 1970 Brasil x Itália.

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Virei comentarista e já se vão 24 anos.

Porque a lembrança? Porque comecei a escrevei o tão esperado livro que o público me pede há muitos anos, sobre a historia do futebol catarinense e a importância do rádio e da televisão em seu crescimento.

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Então chego ao Estádio da Avenidas, onde o Marcílio Dias joga domingo contra a Chapecoense. Itajaí foi minha primeira viagem ao lado de José Nazareno Coelho e Souza Jr. Viagem que durou cinco horas pela estrada velha e no Rádio Sul Brasileiro, linha de ônibus regular na época.

Com dois anos de rádio, fui na condição de técnico para instalação dos velhos equipamentos de transmissão.

Era o ano da graça do Paula Ramos. 1959, um domingo, chovia e minha tia residente em Itajaí foi ao estádio para me ver. Era a tia Rola que acabou me salvando a vida. Sem cabine, fomos para a pista e um choque violento me grudou ao alambrado. Foi quando Tia Rola me deu um soco no peito jogando-me na pista e me salvando.

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Pois domingo, dia 16 de maio, vou reviver o Estádio das Avenidas. Participarei da transmissão de Marcilio Dias e Chapecoense tão importante quanto antigamente.

Penso como tudo mudou. Outra tecnologia, gente nova na comunicação e de talento, a informação acessível para ser entregue ao público.

O rádio se superou diante da televisão. Ganhou importância em meio ás grandes dificuldades.

O futebol depende muito do rádio, do dia a dia, e porque não o rádio também depende do futebol como bom produto.

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Bastidores

No livro que comecei a escrever vou contar detalhes dos bastidores da invasão ao estúdio da RCE TV pelo soldado Silvio Roberto Vieira. No ar um dama, nos bastidores cenas hilárias ocorreram e nunca foram contadas.

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O jogo

Duas ausências importantes no Marcílio Dias podem afetar o rendimento do time: Luiz Menezes e David Batista. A Chapecoense não terá o zagueiro Laércio que está com terceiro cartão amarelo. Perde mais o Marcílio Dias.

De qualquer sorte, é jogo equilibrado em que o Marcílio vai precisar fazer o primeiro resultado para ter chance no segundo jogo. A Chapecoense é favorita.