João Havelange, então presidente da Fifa e em campanha pela reeleição, inventou uma Copa do Mundo em dois países. Foi em 2002, e o produto final não foi legal. Na verdade a Coreia do Sul se preparou para se mostrar ao mundo. Enquanto o Japão praticamente ignorou o evento, não dando a ele a devida importância.
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Vimos então os estádios coreanos todos de vermelho, colorindo os jogos com uma torcida entusiasmada que levou a sua seleção ao quarto lugar. A Copa também foi a que o técnico Luiz Felipe Scolari foi pressionado a levar o atacante Romário. Felipão comprou a briga, blindou o grupo e apostou em Ronaldo Fenômeno e Rivaldo, que vinham de lesões, acreditou e foi recompensado.
Houve benefícios contra a Turquia, na fase de grupos, e contra a Bélgica nas oitavas de final. Erros de arbitragens a nosso favor provocaram criticas do resto do mundo. A Seleção Brasileira foi pentacampeã sem discussão pelo crescimento técnico nos jogos finais.
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Histórias
Nesta Copa fortaleci minha amizade com Felipão, que conheci em 1991 quando foi campeão da Copa do Brasil pelo Criciúma. Foi atencioso, tomamos chimarrão juntos em um momento de folga no hotel. Caminhamos juntos em Hulsan, na primeira etapa da Seleção, e conversamos bastante durante os dias de treinos do Brasil.
Lembro ainda que, nesta Copa, teve um momento de tensão com o técnico e a imprensa de São Paulo. Alguém publicou uma foto de Felipão com a mão no ombro de uma coreana baixinha e muito simpática, sugerindo que poderia haver algo estranho. Felipão, cara de um comportamento exemplar, família acima de tudo, foi avisado da brincadeira que repercutiu mal junto à sua família no Rio Grande do Sul.
A coreana era a interprete da Seleção, muito querida por todos e Felipão caçou o responsável pela irresponsabilidade. O clima pesou dali para frente.
Esclarecido o episódio, o professor Rui Carlos Osterman, comentarista do grupo RBS, começou a escrever o livro “A Alma do Penta”, uma homenagem a Felipão. Na verdade, naquela Copa, o técnico ganhou no pulso firme, nas dificuldades encontradas com algumas estrelas que achavam que podiam fazer tudo na hora em que desejassem.
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Na final, no Japão, ganhamos a Copa em jogo contra a Alemanha. A Turquia ficou em 3º e a Coreia do Sul, em 4º lugar.
Os japoneses ignoraram a Copa. Apenas no centro de imprensa, em Tóquio, havia cheiro de Copa do Mundo. Mas nada em lugar nenhum do país.
Romário havia dito, antes da Copa, se fosse convocado daquele ano: “Se eu for convocado para a Copa do Mundo, deve ser pelo que estou fazendo neste momento, não pelo que fiz no passado. E por isso, penso que é normal que eu vá para o mundial, já que agora sou o melhor”.
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