A chegada do Natal me deixa mais triste. Não sei por que, pois deveria ser o contrário. É que nesta época do ano geralmente passa um filme em nossas mentes, como que uma reflexão de tudo o que aconteceu no ano. As músicas natalinas, que deveriam ser inspiradoras, são muito tristes e, então, a gente se segura na história universal do nascimento de Jesus para tentar entender a época natalina.
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Pedidos são feitos, Papai Noel passa ser o protagonista especial do Natal, presentes, alegrias, decepções. E este ano, comemorar o quê? Queria poder estar lembrando o nascimento do Joinville Esporte Clube, em 1976. Lembrar sua linda história e as conquistas, que não se apagarão, mas o que fizeram com o futebol do JEC, colocando-o na quarta divisão nacional, não me permite.
A destruição do Criciúma, que vi e acompanhei a conquista Copa do Brasil de 1991, é lamentável. A recuperação do futebol de Tubarão, que fica todo o ano em apenas uma ameaça. Avaí e Figueirense com campanhas vibrantes, futebol encantador, o respeito dos grandes centros… Nada. No Oeste, o nosso orgulho atual: a Chapecoense.
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Neste momento nem sequer podemos dar um abraço nos amigos, colegas de trabalho e até na própria família. Nada a comemorar. Ano de uma destruição de vidas que se foram, de amigos que nem podemos nos despedir, de um futebol pobre e mal jogado. Pior do que isso é ver o esforço das autoridades de saúde, das recomendações contra a pandemia que estamos enfrentando e o povo nem aí, salvo algumas exceções.
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O Natal chegando e a destruição de vidas também. Nada a comemorar.
Celeiro
Santa Catarina que sempre foi um celeiro de craques em várias modalidades esportivas, exportador de matéria-prima de qualidade, hoje vivemos da tentativa do renascimento do basquete de Joinville em nível nacional, do vôlei de Blumenau, do futsal de Tubarão e Joinville, e nada mais. Comemorar em 2020? Nada.
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Guerra?
Ligo o rádio, acesso redes sociais para ler algo interessante no esporte e me chama atenção as expressões de hoje para definir alguns jogos. Parece que estamos num campo de guerra. “O duelo vai começar às 16h”, “O combate entre as duas equipes é nesta noite”. Ora pois, estamos indo para a guerra ou para algum jogo de futebol? Tudo mudou.
Hoje se diz que time tal teve uma vitória maiúscula, como se houve vitória minúscula. O filme que continua passando é de tristeza. Nada a comemorar.
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Exemplo positivo
Mudar? Sempre para melhor. O remo que é uma modalidade esportiva que gosto desde garoto usava nos primórdio a expressão “páreo”, para definir as competições a cada categoria dos barcos. Muito rapidamente se chegou a conclusão de que páreo passava a impressão de corrida de cavalo. Mudou-se imediatamente para prova, que definia bem as corridas e elas fechavam sempre com a Prova do Oito Gigante. Afinal, estavam na raia de competição remadores e não cavalos.
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Toque do Bob
É Natal: Se a época nos deixa mais triste e deveria ser o contrário, como pensar em coisas boas se a pandemia está destruindo a humanidade.
Discussão: Debatemos muito se o futebol deveria ter sido reiniciado depois da primeira paralisação. Na verdade, seria sacrificar o futebol, pois o povo não tem colaborado e o número de casos continua a crescer.
Salvação: Vem de um time médio, quem sabe, o nosso melhor momento e também o pior de 2020. O Brusque pode celebrar algumas vitórias, classificações, projeção em nível nacional, mas não vai apagar a goleada de 8 a 1 sofrida em casa este ano. No geral, ainda foi nosso destaque.
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Recuperação: Neste fim de semana teremos o MarcÍlio Dias em campo, tentando passar pela Ferroviária-SP na Série D do Brasileiro, depois do empate sem gols em casa. Louve-se o trabalho da diretoria marcilista para devolver à cidade e ao Estado o outrora grande time de futebol.
Comemorar: A noite de Natal para os que são responsáveis e sabem da grave situação que atravessamos será mais triste que o habitual. Casal jantando, olhos desconfiados um no outro e nada a comemorar, a não ser o nascimento de Jesus.
Lembre-se: De tanta coisa ruim que está acontecendo neste ano, nem a nossa própria vida podemos celebrar quando estamos a perder parentes, amigos, colegas, vizinhos e o ser humano.
Vacina: No fundo do túnel uma luz ainda muito fraca chamada “vacina”. Que seja forte a sua luz e que venha a energia do céu para que ela se torne real e salvadora.
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