Os empresários catarinenses, em missão para Israel, ficaram impressionados com a visita, hoje(29), à Universidade de Tel Aviv. Situada entre as universidades líderes no mundo na criação de produtos, descobertas científicas e geração de renda própria, a Universidade de Tel Aviv tem o foco em sempre fazer o melhor, buscar parceiros privados, desafiar o aluno e incentivá-lo a pesquisar e empreender. Inclusive, há um próprio modelo já pronto para o aluno empreender. Foi assim que nasceu, por exemplo, nesta universidade, o aplicativo Waze, que orienta milhões de motoristas pelo mundo para escapar dos congestionamentos. Na venda da empresa, após a descoberta científica, 40% dos recursos ficam com o pesquisador, 20% para equipe de trabalho e 40% para a universidade retroalimentar o sistema. É por isso que funciona. Não há espaço para comodismo.
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O diretor de relações públicas da instituição, paulista radicado em Israel, Herman Richter, fez uma contundente apresentação aos catarinenses. Trago, aqui, alguns destaques:
– Conseguir implementar o nosso modelo vitorioso, a nossa mentalidade, numa universidade federal brasileira é difícil. Mas se a universidade quer ter bons resultados e ser de excelência, não há outro caminho.
– O aluno tem que acabar o curso sabendo mais do que o professor. Nós estimulamos o aluno é questionar o professor.
– A Universidade de Tel Aviv criou, recentemente, um Instituto de Inovação para ajudar os alunos. Há um mentor para ajudar ele a empreender.
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– Nós dizemos aos alunos que iremos ajudá-los, mas prêmio recebe quem merece, não quem precisa.
– Temos uma função social. Há o curso obrigatório de inserção social. O aluno precisa trazer algo para a sociedade. Aluno de música que dá aula de um instrumento para crianças carentes ganha créditos acadêmicos
– O presidente da universidade(equivalente a reitor) é escolhido por uma comissão de ex-reitores e cientistas. Aluno e servidores não participam do processo de escolha.
– O governo israelense é responsável por 65% do orçamento da universidade. O restante, 35%, vem de royalties das pesquisas e doações.
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– O tempo em que o aluno leva para se formar é um dos critérios para o governo repassar recursos. As que formam em menos tempo são premiadas
– Não existe bolsa integral para aluno. Nós acreditamos que o aluno precisa fazer por merecer.
– Um curso de gradução custa U$2,6 mil/ano
Um grande aprendizado é que a universidade israelense está voltada para atender as demandas do país e para atender as necessidades do mercado. O lucro não é pecado. A lógica é a do ganha/ganha. Todos ganham com a descoberta científica: pesquisador, professor, aluno, instituição e o país.
O Relações públicas da Universidade de Tel Aviv, Herman Richter, disse, após a sua palestra, que esteve na UFSC há 2 anos e queria fazer uma parceria. Está aguardando resposta até agora.
Será que não temos que repensar o nosso modelo?
Renato igor viajou a convite da FIESC