Muita fácil a decisão da prefeitura de Florianópolis em determinar que a Casan tenha 180 dias para interromper a captação de água na Lagoa do Peri, no sul da ilha, em Florianópolis, e achar fontes alternativas. Como se fosse uma operação simples deixar de usar um manancial fundamental para abastecer mais de 140 mil pessoas do leste e sul da ilha. A estiagem grave que reduz o nível de água da lagoa não é motivo, segundo os engenheiros sanitaristas neutros ouvidos pela coluna, para abandonar a captação no local.
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A Casan vem reduzindo a captação na Lagoa do Peri, ampliando poços e interligando com outras redes que trazem água do continente.
Mais de 60% da água consumida na ilha vêm do continente. E lá, está sobrando água? Segundo o engenheiro sanitarista Vinicius Ragghianti, não.
A prefeitura lavou as mãos e passou o abacaxi para a Casan resolver. Evitou, assim, ficar de mal com os que pedem a suspensão da captação, numa ação mais populista do que técnica.
Muitos que criticam a captação da Casan não dependem dessa rede. Aí fica mais fácil defender a unidade municipal de conservação.
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A prefeitura deveria atuar na fiscalização para evitar construções irregulares, estimular o reúso e uso racional de água.
Prejuízo
São dez anos de obras da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares, em Florianópolis. Elas estão 60% concluídas mas a falta de consenso impede o andamento dos trabalhos, pois agora seria o momento de comprar alguns equipamentos, mas a indefinição sobre a destinação do efluente tratado trava tudo. A comunidade não aceita que a destinação final seja lançada no Rio Tavares. Emissário submarino a comunidade também não quer. Enquanto isso, só há uma certeza: o esgoto está sendo lançado, agora, in natura no meio ambiente local.