Já se admite o rodízio de carros na Grande Florianópolis como forma de conter os congestionamentos. O assunto foi discutido no programa Conversas Cruzadas da última segunda-feira (29), na CBN Floripa.
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— É bem possível que se fale nisso, porque vai chegar num ponto em que vai se tornar impossível se não fizerem uma alternativa — disse o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRFSC), Manoel Fernandes.
Há uma combinação de fatores que nos trouxeram até aqui: o crescimento populacional muito acima da média brasileira, aumento da frota de carros e motos, um sistema viário que não acompanha essa demanda e o transporte coletivo que não atrai usuários.
Veja fotos da SC-401:
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Evidente que precisamos pensar em ampliar o sistema viário. São válidas as discussões sobre a terceira faixa na SC-401 e outras tantas obras necessárias. O nosso problema é a concentração dos investimentos no sistema viário.
É verdade que existe um forte subsídio da prefeitura de Florianópolis para conter o preço da passagem de ônibus e beneficiar os mais carentes. Mesmo assim, é insuficiente para provocar um movimento migratório do veículo particular ao transporte coletivo.
Hoje, lembrou o comandante do 1º Batalhão da Polícia Militar Rodoviária de Santa Catarina, Major Maurício Abílio dos Santos, é possível alugar uma moto por R$ 30 por mês.
Esse é o ponto. Enquanto for mais barato andar de moto ou fazer uso compartilhado por aplicativo, ou sistema de carona, não vamos ter o ponto de inflexão.
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Neste sentido, temos o aumento populacional que pressiona um sistema viário com artérias já congestionadas. O ritmo de investimento em infraestrutura não acompanha o crescimento da frota e o transporte coletivo compete na fila com o carro.
O resultado é a curva de piora na mobilidade.
Integrar a gestão de mobilidade da Região Metropolitana é fundamental. O mesmo deve ocorrer com a bilhetagem das empresas de ônibus. Ligar os extremos da ilha, Norte e Sul com Biguaçu e Palhoça, respectivamente, sem precisar passar pelo Centro. Se vai ser balsa, ferryboat ou ponte, os estudos técnicos que precisam apurar. O que não faz o menor sentido é tudo ter que passar pela região central.
E, se não fizermos nada, o rodízio de placas será inevitável.