Santa Catarina é um estado mais violento do que Israel. A imagem que o país do Oriente Médio passa para a grande parte da população é de que trata-se de um local violento com bombas e ataques terroristas. Não é verdade. Poucos sabem, entretanto, que os números apontam Israel como um país muito seguro. Violência urbana é rara, assaltos e furtos insignificantes.

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Israel tem 9,217 milhões de habitantes e registrou, até agora, em 2021, 130 homicídios. Já Santa Catarina, mesmo com indicadores de criminalidade em queda, já somou 459 mortes violentas até o final de setembro, e com uma população menor (7,338 milhões) do que no estado judeu (9,217 milhões).

Tolerância Zero

O programa Tolerância Zero com a teoria de não aceitar impune delito qualquer, naquilo que se denominou de política das “janelas qubradas”, foi implementado pelo ex-prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, no final dos anos 90. Os assassinatos diminuíram 61% e a prática de crimes em geral caiu 44% na cidade. Foi um divisor de águas na onda de criminalidade na Big Apple. Os defensores do modelo apontam que este tipo de ação serviu para impedir a migração do crime de menor para maior potencial ofensivo. Os críticos dizem que a redução da criminalidade não ocorreu apenas em função da repressão policial, mas pelo crescimento econômico. Eles denunciam, também, que houve ação discriminatória e seletiva contra os negros e os mais pobres.

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Hoje, vivemos uma espécie de mundo de faz de conta. Os pequenos furtos ocorrem livremente em Santa Catarina, no chamado prende e solta. Basta conversar com comerciantes de pequenos negócios com lojas com histórico de furto  cuja autoria é conhecida. Não é incomum ver o marginal na rua, com ar de deboche logo após a prisão.

Atualmente, na onda progressista do politicamente correto, quem fala em Tolerância Zero corre o risco de ser “cancelado” e ser “do mal”.  Virou um maniqueísmo na ilha da fantasia e lacração das redes sociais onde quem trabalha corretamente paga a conta dessa inércia.  A iluminação do acesso ao Aeroporto de Florianópolis não consegue ser inaugurada devido aos constantes furtos de fiação.

De fato, precisamos de tudo ao mesmo tempo e agora. Repressão forte e oportunidades para enfrentar a desigualdade social, um vexame histórico brasileiro.

Continuar assim, é enxugar gelo.

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