Existem em Santa Catarina 23 mil vagas ociosas para jovens aprendizes. Em Florianópolis, por exemplo, apenas 50% das vagas estão preenchidas.
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Por isso, é elogiosa a iniciativa do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, em promover, no dia 1º de setembro, o 1º Feirão de Aprendizagem de Santa Catarina. O objetivo é reunir em um único espaço empresas interessadas em contratar aprendizes, jovens ávidos por ingressar no mercado de trabalho e instituições de formação profissional.
O evento acontecerá no Centro Multiuso de São José, das 9h às 17h.
A ação contribui para que as empresas de médio e grande portes cumpram as cotas de aprendizagem obrigatórias e, ao mesmo tempo, possibilitem o crescimento profissional dos jovens das regiões de Florianópolis, Palhoça e São José, sem que necessitem deixar os estudos. De acordo com a Lei da Aprendizagem (Lei 10.097/2000), a cota está fixada entre 5% a 15% por estabelecimento, percentual calculado sobre o total de empregados cujas funções exijam formação profissional.
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O evento ocorre na Grande Florianópolis, mas o problema é estadual. E que estas feiras sejam descentralizadas por todas as regiões. Santa Catarina dispõe de 55 mil vagas e apenas 32 mil estão preenchidas.
É preciso discutir as razões pelas quais há esse gap. Mesmo sendo Santa Catarina um estado com o menor número de jovens nem-nem (nem estudam, nem trabalham), o número de vagas em aberto serve de sinal de alerta.
— Embora os benefícios tributários, creio que há uma questão cultural. As empresas não têm interesse, muitas vezes, porque é preciso reconhecer que dá trabalho, requer acompanhamento por um responsável pela formação — disse a juíza Zelaide de Souza Philippi, gestora auxiliar do Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem do TRT-12 e que atua como juíza substituta na 6ª vara do trabalho de Florianópolis.
O estímulo à contratação de jovens aprendizes é fundamental, inclusive, para além da formação de mão-de-obra. É combater uma vergonha catarinense: o trabalho informal infantil.
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Santa Catarina tem o indicador de trabalho infantil acima da média nacional (4,9/1000 habitantes). No Brasil, são 4,8 para cada grupo de 1000 habitantes.
— É vergonhoso — diz a magistrada.
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