A decisão do governo catarinense de ampliar a capacidade de ocupação do transporte rodoviário é uma aposta alta. Ao aumentar a concentração de pessoas nos veículos, contraria as recomendações dos epidemiologistas. Entretanto, a premissa do governo é baseada no fato de que estamos na temporada de verão, não se consegue controlar mais o fluxo de pessoas e é mais eficiente impor regras nas atividades formais do que estimular o transporte clandestino, até porque as pessoas continuam viajando para lazer ou trabalho.

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>Governo de SC publica regras para transporte intermunicipal e interestadual

O secretário estadual de Infraestrutura, Thiago Vieira, explica que foram dois meses de estudos e que governo e as empresas estão preparadas.

A vinculação do percentual de ocupação com a matriz de risco é medida racional, mais próxima da realidade de cada região, embora, na prática, significa que onde era nível gravíssimo com limite de 50% dos assentos, agora é permitido chegar aos 70% para o transporte rodoviário intermunicipal, interestadual e fretamento. Para o intermunicipal urbano, vale o mesmo, só que a ocupação é referente à capacidade do veículo, podendo o usuário estar em pé. Nos níveis grave, alto e moderado, os veículos podem estar com ocupação plena, inclusive em pé, com 100% da capacidade.

Para dar certo será preciso respeito aos protocolos e fiscalização. O governo faz uma aposta arriscada e vai monitorar os resultados. A equação não é simples. Mesmo sem admitir, a estratégia do governo é ir no limite do atendimento hospitalar. E recuar se houver risco de colapso. A solução definitiva é a vacina. Não se consegue segurar a população mais em casa. Nem a Europa, no seu verão, conseguiu. Deu no que deu, lamentavelmente. E que venha, logo, a vacina.

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