É inacreditável que, nessa altura do campeonato, com números da pandemia em queda, uso de máscara na sala de aula e profissionais de educação 100% vacinados, ainda existam escolas que não atendam 100% dos alunos presencialmente e que estão ainda funcionando na base do rodízio. O jornalista Guto Kuerten, do movimento Direito à Educação, reclama que as regras estabelecidas por 14 entidades do Comitê de Retomada das Aulas Presenciais estão servindo de “bengala” para muitos professores e diretores de escola alegarem não existir espaçamento nas instituições de ensino.

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A norma estadual fixa em 1 metro a distância entre os alunos na sala de aula. Em muitas situações, diz Kuerten, os próprios pais já demonstraram existir sim o devido espaçamento. Enquanto isso, no mundo real e distante das portarias, festas, shows e estádios de futebol lotados e com a maioria sem máscara. E sem reflexo, felizmente e por enquanto, no aumento de casos, graças ao avanço da vacinação. 

São cinco cidades de Santa Catarina ainda no esquema de rodízio de alunos e ensino remoto: Florianópolis, Caxambu do Sul, Xaxim, Bocaina do Sul e Coronel Martins. Por outro lado, o atendimento nas escolas particulares está 100% presencial e sem rodízio. 

Estas, reabriram em novembro do ano passado com a implantação de rigoroso protocolo sanitário. Todos os alunos já estão em sala de aula em atividades, funcionando e muito bem. Obviamente, devido a pandemia, houve um caso ou outro de aluno acometido, levando a suspensão temporária das aulas naquela turma, e após o uso dos testes regulamentares todos retornaram às aulas presenciais, sem quaisquer transtornos. Já agora, em determinadas escolas, os pais estão podendo novamente entrar no pátio com os filhos.

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Na rede estadual, desde o segundo semestre, houve a determinação da volta do ensino presencial. Mesmo assim, uma minoria está obrigada a continuar no ensino híbrido, principalmente as com mais alunos, para manter a regra de 1 metro de distância. Pela estatística oficial, a volta às aulas não representou aumento de casos de Covid-19 na rede. Temos aqui mais uma típica hipocrisia brasileira. 

Das 6055 escolas públicas municipais, 592 (9,78%) estão no formato híbrido. São 78.408 alunos que não frequentam a escola todos os dias, cerca de 10% do total. Só não há mais barulho porque o pobre não tem voz. A ideia hoje de rodízio de alunos, caso fosse na rede privada, não seria tolerada pela pressão legítima dos pais, com maior poder de mobilização e influência. 

É um crime com o futuro das crianças insistir nesse rodízio. Uma lástima que não há uma grande mobilização da sociedade em trazer de volta essas crianças para a sala de aula. Por que não garantir que estas crianças que estão no ensino remoto da rede estatal tenham acesso garantido na rede privada, onde há espaço ocioso ?

É o mínimo que poderia se esperar em uma sociedade que se preocupa com o futuro.

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