É responsabilidade do governo do Estado resolver o impasse no SAMU e impedir que o aprofundamento da crise prejudique o serviço prestado ao cidadão. Ainda mais agora na véspera da temporada de verão, quando o litoral recebe milhares de turistas e aumenta a demanda por socorro. A greve dos funcionários em Joinville é um sinal de alerta. Os trabalhadores reclamam o não pagamento do 13º salário e as condições de trabalho.

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“Há, ainda, problema com o não pagamento das rescisões e férias. Há o parcelamento dos débitos trabalhistas com INSS e FGTS. Não há pagamento de ⅓ de férias e as ambulâncias estão sucatadas”, afirma o dirigente do SindSaúde, Wallace Fernando Cordeiro.

Confira a entrevista com o dirigente do SindiSaúde Wallace Fernando Cordeiro:

Eduardo Flávio Zardo, diretor da OZZ Saúde, empresa contratada para fazer a operação do Samu em Santa Catarina, explica que a pandemia do coronavírus aumentou os custos operacionais.

“Nós estamos negociando um reequilíbrio econômico-financeiro com o governo de SC. Há gastos não quitados. Quanto ao pagamento parcelado de INSS e FGTS, quando há a necessidade, pagamos integralmente. Na rescisão, pode ter havido problema em um ou dois casos por negociação. Nós gastamos R$ 1 milhão com equipamentos de proteção individual (EPI) com as nossas equipes. A Covid-19 triplicou o número de chamadas do Samu. Os valores das máscaras e demais EPIs aumentaram muito”, explica Zardo.

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Confira a entrevista com Eduardo Flávio Zardo, diretor da OZZ Saúde:

SOLUÇÃO

Samu é serviço essencial e o governo é obrigado a resolver. O SindSaúde tem toda a razão quando reclama de direitos não pagos pelo contratante. Ao cidadão não importa se o serviço é estatal, privado, concessão, parceria público-privada ou de organização social. Há, de sobra, péssimos e excelentes exemplos de todos eles.

O que precisamos é de gestão e controle social para fazer a coisa funcionar.

O Governo do Estado se manifestou por nota, confira:

A Secretaria de Estado da Saúde, por meio da sua Superintendência de Urgência e Emergência, acompanha a insatisfação dos profissionais do SAMU e entende que são anseios e acúmulo de muitos anos, cuja manifestação é compreensível. Nossos profissionais da linha de frente são os que mais sentem durante momentos como esses, onde o sofrimento é manifestado física e mentalmente; e é direito de cada profissional cobrar e se posicionar.

Embora a discussão sobre salários e férias vencidas seja responsabilidade contratual e legal da empresa prestadora de serviços OZZ Saúde, a SES nos últimos meses não têm medido esforços para buscar soluções para esses problemas que ano após ano tomam nossos enfermeiros, médicos e socorristas. Pequenas, mas importantes ações já começaram a ser tomadas, como a saída da base cedida no Saco dos Limões, em Florianópolis, uma reivindicação de anos, e um grupo técnico foi criado para avaliar o contrato com a prestadora de serviços, criar um diálogo maior com o sindicato e avaliar medidas a curto prazo. Igualmente, a intenção da nova Diretoria do SAMU é que todo o Serviço tenha bases próprias nos próximos anos e as conversas já foram iniciadas para isso. A Superintendência também tem construído um projeto de comunicação em toda a rede, por meio de novas tecnologias e softwares, os quais estão sendo desenvolvidos para a inserção no APH móvel de Santa Catarina.

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O SAMU é uma das frentes mais reconhecidas e admiradas do país, e nosso objetivo é que isso também seja evidenciado nas nossas estruturas e na valorização de nossos profissionais. Só em 2020, de janeiro até dezembro, essas equipes atenderam mais de 169 mil ocorrências – quase 13 mil atendimentos de COVID-19. São números expressivos e que mostram o empenho de todos, mesmo nas adversidades.

Compreendemos o momento e analisamos, dia a dia, as medidas que a empresa prestadora de Serviço tem tomado para que isso seja resolvido. A Superintendência tem realizado fiscalização in loco nas bases e verificando o serviço, a qualidade e os procedimentos operacionais ofertados pela OZZ, o que tem gerado notificações e providências. Esperamos que a regularização seja feita o mais breve e que o contrato seja cumprido.

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