A intenção manifestada pelo secretário da Educação de SC, Aristides Cimadon, de aumentar o número de escolas militares compromete a ampliação da infraestrutura de segurança pública no estado. É uma questão matemática.
Continua depois da publicidade
Receba notícias de Santa Catarina pelo WhatsApp
Diferentemente das escolas cívico-militares que são vinculadas à secretaria de Educação, as militares têm a gestão e orçamento ligados à Polícia Militar (PMSC). Portanto, se aumentar o número de escolas militares, com prédio construído ou alugado, pessoal, administrativo, militares cedidos e tudo que envolve a operação de uma unidade escolar, o custeio sairá do orçamento da PM.
Neste sentido, o dinheiro que poderia ser usado para concurso público para colocar soldados na rua em proteção à população, compra de uniformes, armas e viaturas para a corporação, terá parte diluída na manutenção de mais escolas militares.
Evidente que não significa dizer que uma ação impede a outra. Claro que não. Mas que o bolo do dinheiro é um só e que, supostamente, no lugar de contratar mil policiais, se poderia contratar, hipoteticamente, 700.
Continua depois da publicidade
Não se está avaliando aqui a qualidade das escolas militares. Os números apontam redução de violência escolar, agressão ao professor, boas notas e baixa evasão. Apenas apontando que há, sim, relação de causa e efeito em aumentar a parte do orçamento da PM para as escolas militares.
O Estado vai precisar de um esforço fiscal grande, até porque irá manter, ainda, as escolas cívico-militares, também com bons resultados pedagógicos, mas agora sem apoio do governo federal.
Leia Mais:
Saiba quais são as cidades de SC que perdem arrecadação com a Reforma Tributária
Palmeiras podres: o triste legado de Burle Marx no Aterro da Baía Sul em Florianópolis