Quando uma pessoa com 56 passagens policiais atua plenamente durante o dia de uma terça-feira (2) em Florianópolis, assalta uma loja, empreende fuga com atropelamento de civis inocentes e é preso com uma arma de fogo, é sinal de que está quase tudo errado. Não podemos, para usar um termo da moda, “naturalizar” esse fato que poderia ter terminado com a tragédia da morte de uma vítima inocente.
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Segundo a Polícia Militar, o homem preso (25 anos) tem passagens por furto, roubo, estelionato, tráfico de drogas, resistência, desacato, ameaça, além de quatro mandados de prisão cumpridos e quatro mandados de busca e apreensão, quando menor, também cumpridos.
Ele morava na comunidade pobre de Papaquara, região do norte da ilha, com forte atuação de facção criminosa. Há a suspeita da PM de que ele teria participado, ainda, no dia 25 de julho, de dois assaltos em Palhoça, o primeiro em uma loja de conveniência e depois de um veículo para realizar a fuga.
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Há, claramente, um problema estrutural. Se o bandido tem 56 passagens policiais significa que o poder público teve 56 oportunidades de dar um bom e encaminhamento para o caso e não conseguiu. O sistema infracional para jovens não foi capaz de recuperá-lo e, tampouco, o sistema prisional adulto. Uma falência completa.
A lei é branda demais? O sistema prisional que consegue retirar do mundo do crime apenas uma minoria de egressos. O fato é que a sociedade é que paga a conta de um modelo falido.
O custo é alto pago pelo contribuinte. E o pior, um modelo assim cria a sensação de impunidade, incompetência e abre espaços para “soluções” simplistas e geralmente erradas.
Destaque na operação de resposta ao crime para a integração entre as forças de segurança: Guarda Municipal de Florianópolis e PM-SC.
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