A construção de duas pistas de skate (street e bowl) assinadas pelo manezinho e medalhista olímpico Pedro Barros, no Parque de Coqueiros, é mais um impasse na cidade. A prefeitura quer construir as pistas ainda este ano no local, mas há resistência da Associação de Moradores de Coqueiros/Pró-Coqueiros.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Florianópolis e região pelo WhatsApp

O investimento é de R$1,5 milhão e a obra ocuparia 10% do parque. Os secretários municipais Guilherme Pereira (continente) e Ed Pereira (Cultura, Esporte e Lazer) tentam convencer a comunidade e defendem a iniciativa. Já houve duas reuniões com os moradores e não houve acordo.

“Vamos buscar o diálogo com a associação do bairro. Nós não podemos deixar de tentar mostrar os efeitos positivos da pista naquele local. O skate é um esporte olímpico, virou uma página, não pode ser marginalizado. Ele estimula a interação entre as pessoas, é barato, a criançada cada vez mais vai seguir a admirar. No parque de Coqueiros, uma criança vendo isso, vai querer andar de skate e mais vai largar o celular e fazer esporte e se divertir”, destaca Ed Pereira.

Vale destacar que Pedro Barros não irá cobrar para assinar a pista. A assinatura é para garantir a qualidade do projeto por quem tem conhecimento do esporte.

Continua depois da publicidade

“Me surpreendeu muito um grupo não querer. As associações nem sempre representam o que a comunidade quer, são grupos organizados e que tomam decisões por um grupo pequeno. Não deveria ser válido quanto à representatividade através da associação. Deveria ser uma decisão de votos. Eles enxergam o skate de forma diferente. É claro que acham que o skatista é um bando de maloqueiro e que vai chegar fazendo baderna, e não é nada disso”, disse André Barros, pai do atleta, e presidente do Instituto Mundial do Skate e integrante do Conselho da Confederação Brasileira de Skate.

A associação dos moradores tem o mérito de ter transformado o antigo “Saco da Lama” num parque. A conquista foi fruto da mobilização comunitária. Mais tarde, o prefeito Gean Loureiro municipalizou a área, fez ampla reforma e melhorou o espaço. O parque não tem dono. Que a cidade saiba, na base do diálogo, construir uma forma de viabilizar a construção das pistas. O esporte é ferramenta fundamental para prevenção às drogas, reduz a procura aos postos de saúde e afasta o jovem da criminalidade.

Contraponto:

Dalton Malucelli, Presidente do CODECON (Conselho de Desenvolvimento do Continente) se manifestou por nota a pedido da coluna:

1.Sempre fomos abertos ao diálogo e procuramos sempre ser participativos e construtivos .Ressalto que a iniciativa de procurar o diálogo foi nossa pois até então não tinhamos sido procurados para apresentação projeto que apareceu como uma grande surpresa.

Continua depois da publicidade

2.Somos conhecedores profundos do bairro e região continental e de sua dinâmica diária.

3.Desejamos respeito ao Dna do Parque, seu projeto original de Parque e não praça de esportes, nossos argumentos são puramente técnicos e objetivam qualidade de vida e preservação de áreas verdes.

4.O parque foi criado e pago por moradores as suas custas para práticas de lazer e esportes portanto a pecha de preconceito contra esportes não se sustenta.

5.Um ambiente plural ,repudiamos veementemente e nos sentimos profundamente ofendidos com a tentativa infame de rotular-nos preconceituosos, o parque é e sempre foi de todos, quem frequenta sabe.

6.Nosso indicativo de colocar no parque do Abraão foi aproveitar o investimento para a implantação definitiva e como elemento transformador social naquela área sensível.

Continua depois da publicidade

7.Por que não colocar um projeto maravilhoso como este no Parque do Abraão. Os moradores do bairro e proximidades, grande parte carentes) não merecem este equipamento que mudaria suas vidas, só os “riquinhos de coqueiros” ?

8.Onde está lado social do Skatista quando se recusa à colocar no Parque do Abraão ..ou tudo isso é só um negócio ?

9.Se não desejam o parque do Abraão temos outros lugares na área continental.

10.A escolha do Parque de Coqueiros tem base tecnica¿ gostaríamos de ver estudos que provem . Até agora só temos a decisão de colocar no parque nada mais.

11.Por fim um abaixo assinado virtual nos parece pouco indicado para o caso pois pode levar à uma perigosa situação “preconceituosa” de que um assinante nos Estados Unidos, Rio de janeiro ou Japão, que desconhece a nossa realidade, seja considerado mais capaz em decidir do que cidadãos residentes no local.

Continua depois da publicidade

O vice-presidente da Associação Pró-Coqueiros, Rodrigo Kiko Bungus, também se manifestou por nota:

Acreditamos que o Parque de Coqueiros já está consolidado e bem assistido em termos de equipamentos de lazer, embora falte manutenção. Também já se encontra pequeno para acolher o público atual, enquanto o parque do Abraão se encontra abandonado por estar sendo subutilizado. Portanto, as associações locais clamam pela democratização da instalação de equipamentos em locais menos privilegiados da região, que merece revitalização e valorização como forma de promover a socialização e desenvolvimento econômico e social.

Leia Mais:

Voltas às aulas em SC terá garantia de qualidade e renovação do ar; veja regras

Por que a onda de calor em SC é inimiga no combate à Covid-19

SC se torna o 3º estado com maior proporção de vacinados contra Covid-19 no Brasil