Pediatra virou artigo de luxo nos postos de saúde municipais em Santa Catarina. O que no passado era algo comum, passou a ser raro. Na Grande Florianópolis, por exemplo, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), há esse especialista apenas na rede de São José.

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Embora o médico da família esteja habilitado para atender todos os pacientes, os pais querem que seus filhos sejam atendidos por pediatras. Não os encontrando nos postos, eles se deslocam às emergências dos hospitais.

Casos que deveriam ser resolvidos pelas redes das prefeituras, acabam sobrecarregando as emergênciais dos hospitais.

Infantil

Na terça-feira (19), 45 pacientes estavam na fila de espera na emergência do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis. A diretora da unidade, Dra. Tatiana Titericz, disse que os casos de atendimento de pacientes com dengue triplicaram em 2024, os de Covid saltaram de 17, em 2013, para 60, neste ano. A médica afirmou, ainda, que as doenças respiratórias também apresentam alta demanda. E apontou a falta de pediatras na UBSs como um fator de aumento na procura pelo HIJG. 

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Leia a nota que a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam) encaminhou à coluna

Pediatra é realmente artigo de luxo, seja pela dificuldade em encontrar profissionais no mercado, seja pelos impactos que a falta deste especialista traz. Isso ocorre em todos os municípios, e se agrava nos municípios pequenos. Temos uma enorme falta de profissionais, e por isso ficou uma especialidade cada vez mais difícil de se contratar. Precisamos fomentar para que mais médicos busquem essa especialização.

Atualmente, quando o município não tem ou não consegue profissionais, pode realizar essa contratação via consórcios de saúde ou credenciamento. A gestão municipal tem total autonomia para tal escolha.

Mas isso não impede nossos municípios de garantir o acesso e atendimento a nossas crianças e adolescentes, como preconizam os Ministério da Saúde e a Secretaria do Estado. Nas unidades básicas, o médico da família está habilitado e preparado para realizar o atendimento a esse público. Salvo questões de urgência e emergência, essa deveria ser a porta de entrada para consultas e, posteriormente, com encaminhamento, seguir ao especialista da área.

Elton Gandin, supervisor de Saúde da FECAM.

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