O fato novo na CPI das respiradores é a suposta participação de parlamentares no processo de compras na Secretaria Estadual da Saúde (SES). A servidora Márcia Geremias Pauli,superintendente de gestão administrativa da SES no período da compra dos 200 respiradores junto à empresa Veigamed, afirmou que um deputado ligou para ela pedindo ajuda na liberação de um passaporte de um representante de determinada empresa para viajar à China para intermediar a compra de suprimentos em saúde para o Estado. 

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Além disso, o ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba disse que “recebia ligação até de deputado para indicar empresas”.

O colega Raphael Faraco, da NSC TV, que acompanhou os depoimentos, disse que os parlamentares da CPI perguntaram os nomes dos deputados que ligaram. Os depoentes não lembravam.

Precisam lembrar! Até para não generalizar e permitir o direito ao contraditório.

Evidente que não é papel de parlamentar indicar empresa para ter contratos com o poder público. Da mesma forma, parece-me uma espécie de advocacia administrativa um parlamentar se envolver em liberação de passaporte para um representante de uma empresa viajar para o exterior para firmar contrato com o poder executivo. É conflito total de interesse e incompatível com a função pública. 

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Tem espaço, e muito, para avançar nas investigações.

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