O prefeito de Chapecó, João Rodrigues , aposta alto no enfrentamento à pandemia. O estágio da doença na cidade é muito grave e o meio de enfrentamento escolhido é polêmico: tímidas restrições e transferência de pacientes.
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>Com UTIs lotadas, Chapecó anuncia novas restrições para bares e eventos
Não se sabe se restrições mais rígidas trariam o resultado esperado. As pessoas estão cansadas e quem garante que a frequência em estabelecimentos formais não seria substituída por encontros particulares para festas, jantares e churrascos na casa de amigos e grandes grupos? Qual a eficácia de novas restrições se o comportamento das pessoas não mudar?
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Mas, mesmo assim, é preciso conter a propagação do vírus e isso só será obtido com a redução da circulação das pessoas, as medidas preventivas e a vacina.
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Há muitas dúvidas ainda e que a ciência não sabe a resposta. Imagina-se, mas concluir ainda é cedo.
O que explica esse aumento de casos em Chapecó?
O leitor e a leitora lembram que, na véspera do réveillon, o governo do Estado foi duramente criticado por professores e epidemiologistas por ter liberado 100% de ocupação dos hotéis, parque aquático e até baladas. Os especialistas previram um caos para janeiro. Não aconteceu o caos esperado, principalmente no litoral.
Há uma grande diferença entre a aposta alta feita pelo governador Carlos Moisés e a de agora, por João Rodrigues. Naquela ocasião, o Estado não vivia um colapso no atendimento. Chapecó já vive hoje esse momento.
Agora, há uma leitura de que os veranistas do oeste passaram a primeira quinzena no litoral e voltaram todos ao mesmo tempo para suas cidades, importando o vírus. É mais uma tese. O prefeito João Rodrigues aponta essa como a razão principal.
Pouco importa de onde veio o vírus, desde que não seja de uma cepa diferente, o efeito dele é o mesmo. Não significa nada dizer que o vírus veio do litoral. Que diferença faria se viesse do vizinho do prédio ou fosse contraído em ambiente coletivo em Chapecó? Nenhuma.
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Parece até aquele discurso bairrista e xenofóbico que atenua um ato criminoso ao apontar que o bandido não é da cidade e “veio de fora”. Para a vítima não faz diferença alguma, ela foi roubada igual.
Desafio enorme, da mesma forma, é o fato de que a dificuldade de abertura de novos leitos é enorme pois não se conseguem equipes de profissionais para habilitá-los.
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