A exoneração de Helton Zeferino da Secretaria de Estado de Saúde teve, entre outros fatores, o objetivo de evitar o constrangimento do governador Carlos Moisés ser obrigado a afastá-lo por determinação judicial. A coluna apurou que o Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) pediu nessa quinta-feira (30) o afastamento do cargo do então secretário. O pedido é assinado pelo Procurador-Geral de Justiça Fernando Comin, e foi encaminhado ao Tribunal de Justiça no processo de investigação criminal. A relatora é a Desembargadora Vera Copetti.
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A exoneração não era o que o governador gostaria de fazer. Helton é de plena confiança de Moisés, tanto é que, mesmo após a denúncia do The Intercept Brasil, os dois apareceram quatro vezes juntos nos habituais pronunciamentos de balanço das atividades de enfrentamento da pandemia, inclusive nesta quinta-feira, poucas horas antes da exoneração.
Era o que precisava ser feito. A política é feita de gestos e ele até demorou para acontecer. Deveria ter acontecido logo após a reportagem do The Intercept que denunciou a estranha compra de 200 respiradores por R$ 33 milhões e que ainda não chegaram.
A exoneração do ex-secretário é boa para todos. Ter no cargo um secretário que divida o seu tempo entre se defender e planejar as ações da pasta não é o ideal. E o peso de ser obrigado a afastá-lo por determinação judicial é um risco alto demais para apostar.
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