O Oeste catarinense, epicentro da estiagem, perde 45,2 % da água que tratada que recebe. A metade desse volume é perda física, como rompimentos em tubulações e vazamentos, e a outra parte são as perdas comerciais, como furtos e “gatos” na rede. Significa dizer que para 100 litros tratados, 45 litros ou se perdem pelo caminho ou não são contabilizados. E, em se tratando de vazamentos e rompimentos da rede, praticamente ¼ da água tratada acaba não chegando ao consumidor final.

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O caso chama a atenção, principalmente agora, quando a região sofre com a seca e a falta de chuva. Atualmente, 113 cidades estão em situação de emergência. Municípios enfrentam rodízio de água e o prejuízo na agricultura ultrapassa os R$ 3 bilhões.

As perdas aparentes (comerciais) são as que somam um volume de água distribuída em caminhões-pipa em situações de manutenção de rede ou de estiagem, a água que abastece hidrantes para uso de Corpo de Bombeiros, a água não cobrada de famílias em situação de vulnerabilidade social e a água consumida ilegalmente em “gatos” (ligações clandestinas).

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As perdas reais (físicas) têm origem em vazamentos de rede, rompimentos de adutoras, paradas/acionamentos de sistemas de abastecimento e outras anomalias operacionais, que configuram a perda real de água.

A média de perda total da Casan em Santa Catarina é de 39,4%. Depois do Oeste, as maiores perdas ocorrem nas superintendências regionais do Sul (40,7 %), Norte (40,5%) e Grande Florianópolis (34,8%)

Entre as ações para reduzir as perdas comerciais está a renovação do parque de hidrômetros da Casan para aferir com maior segurança a água entregue nas residências. Em 2021, houve a troca de mais de 100 mil equipamentos em todo o Estado, um investimento de mais de R$ 6 milhões no programa de combate às perdas comerciais.

O estímulo ao programa Água Social é outra forma de evitar que as pessoas com dificuldades econômicas façam “gatos” para obter água, pois proporciona desconto de 80% em relação aos valores convencionais de água e de esgoto.

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Entre as ações para evitar as perdas físicas, a Casan trabalha na renovação de redes antigas; instalação de válvulas redutoras de pressão (alta pressão provoca ruptura); setorização dos sistemas (divisão das cidades em regiões); instalação de macromedidores, que permitem o controle das quantidades de água desde a saída da estação de tratamento até os reservatórios e redes de distribuição.

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