O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) ingressou com uma ação civil pública com pedido liminar urgente para suspender o início das obras de revitalização do Centro Leste de Florianópolis. O MP entende que os órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio histórico precisam ser ouvidos, o que não aconteceu, segundo o promotor de justiça Rogério Ponzi Seligman.

Continua depois da publicidade

> Receba notícias de Florianópolis e região pelo WhatsApp

> O que está por trás do cancelamento do show de fogos em Florianópolis

Segundo ele, a obra impacta diretamente a malha viária da região, que é tombada e requer autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Fundação Catarinense de Cultura (FCC) e do Serviço de Patrimônio Histórico, Artístico e Natural do Município (Sephan).

“A obra vai mutilar a identidade urbana de Florianópolis, além disso, é um crime contra o meio ambiente da forma como estão fazendo, pois se trata de uma área tombada”, afirma Seligman.

Continua depois da publicidade

O projeto abrange as ruas Tiradentes, João Pinto, Nunes Machado, entorno da Praça XV de Novembro e calçadões da Rua Antônio Luz e Largo da Catedral, localizados no Centro de Florianópolis.

“O local constitui o núcleo fundador da cidade, representa o início da colonização europeia no território municipal e inclui as ruas mais antigas do centro de Florianópolis. A relevância da área depende da manutenção e da conservação dos elementos históricos que a compõem há dois séculos, na medida em que a pavimentação das ruas ocorreu no século XIX”, esclarece Seligman.

O secretário de Infraestrutura de Florianópolis, Valter Gallina, explica o propósito da obra: “Queremos deixar o local com acessibilidade universal para idosos, cadeirantes e cegos, o que não existe hoje”.

A prefeitura de Florianópolis divulgou uma nota sobre o assunto:

O projeto de revitalização do Centro Leste de Florianópolis é uma reivindicação muito antiga e urgente para a população e comerciantes da região. A Prefeitura fez diversas adaptações no projeto original para contemplar o máximo de anseios da população de Florianópolis e respeitar toda a história daquela região. Por isso, o município vai esclarecer ao judiciário que a obra não fará nenhuma intervenção em patrimônios tombados.

Continua depois da publicidade

Ouça a entrevista com o promotor de justiça Rogério Ponzi Seligman:

Leia Mais:

Beira-Mar Continental tem financiamento garantido somente para o lado de Florianópolis

Alesc aprova trem da alegria no dia em que SC registra 615 mil pessoas em extrema pobreza

Portão no trapiche de Jurerê é retirado após pressão das redes sociais em Florianópolis