No retorno do segundo impeachment, a coluna escreveu que, para tornar-se viável à reeleição, o governador Carlos Moisés dependia de dois grandes desafios: consolidar uma boa gestão e mostrar uma habilidade política que ainda não teve.

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O primeiro parece estar alcançando. Com uma equipe que já foi mais técnica, é verdade, mas com a redução da máquina, revisão de contratos e o forte incremento de receita, tem imposto um ritmo acelerado de realizações. Atentos observadores destacam a infraestrutura, com a entrega de obras relevantes, com recursos próprios e em todas as regiões do Estado, sempre prestigiando parlamentares de diversos partidos.

O aporte de meio bilhão de reais em rodovias federais historicamente negligenciadas por Brasília – inclusive pelo Governo Bolsonaro – é uma inegável marca, assim como os programas SC Mais Renda e Bolsa Estudante, de forte impacto socioeconômico. Mesmo sem nenhuma contrapartida da União, caso ocorra a entrega de parte da BR-470 antes da eleição, trata-se de um capital eleitoral considerável. O cálculo político foi feito por Moisés. Ele será cobrado por estradas estaduais ainda esburacadas e necessitando de ampliação. Mesmo que o governo tenha aumentado os investimentos nas SCs, será cobrado por isso.

No entanto, o aspecto político continua nebuloso. Embora bem articulado na Alesc, as costuras eleitorais ainda lhe exigirão muito. Como dito à época, a base que sustenta o governo não significa necessariamente apoio à reeleição. Sem o bolsonarismo, Moisés terá de buscar abrigo, filiado ou coligado, nos partidos tradicionais que lhe dão sustentabilidade, mas hoje possuem pré-candidatos – o MDB de Antídio, Dário e Maldaner, o PP de Ponticelli e Amin e o PSD de João Rodrigues e Raimundo Colombo. Este último que, inclusive, vem trocando farpas com o governador. Para dificultar, ainda sem partido, Moisés perdeu o PSL, que lhe renderia significativos tempo de TV e fundo eleitoral.

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Há uma estrada longa até outubro de 2022, e muitas surpresas e variantes, inclusive de âmbito nacional, tendem a influenciar nas questões locais. Quanto ao prognóstico estabelecido em maio – objeto da coluna- o governador avançou bem na gestão, mas ainda enfrenta um horizonte nebuloso na articulação política, o que afeta especificamente ao pleito eleitoral do próximo ano.

Além disso, mesmo após o Ministério Público de  Santa Catarina e a Polícia Federal terem descartado a participação de Moisés na compra, há o fantasma dos respiradores. E isto estará na campanha, com certeza.

Com entregas a mostrar, entretanto, Moisés estará vivo na disputa.

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