O campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tem 70  “árvores assassinas”. A informação foi confirmada pela Assessoria de Comunicação da UFSC. Das 5.333 árvores catalogadas até o momento, 2.179 são de tipos exóticas e 70  são da espécie  espatódea, a considerada “assassina”.

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O deputado Padre Pedro Baldissera (PT) está solicitando ao reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, que retire do campus as árvores conhecidas como espatódea.

A árvore assassina no Campus da UFSC em Florianópolis

A espécie,  muito utilizada em jardinagem pública, é tóxica e mata abelhas e beija-flores.

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O parlamentar se baseia na lei estadual 17.694/2019, que proíbe a produção de mudas e o plantio da espatódea em todo o estado.

A árvore espatódea (Spathodea campanulata), originária das florestas tropicais do Oeste da África, atinge de 7 a 25 metros de altura e tem belas flores de cor laranja. Apesar do visual encantador, ela é capaz de intoxicar abelhas, insetos e até pássaros, como os beija-flores. No Brasil a espécie foi introduzida como uma planta ornamental e atualmente é considerada uma árvore invasora.

Com defesas químicas próprias e não apresentar predadores naturais, tem sua capacidade de reprodução aumentada, se tornando uma potencial praga e infestando com facilidade terrenos abandonados. Além disso, sua presença pode dificultar o estabelecimento de plantas nativas. Após sua infestação pode demorar de 40 até 80 anos para dar lugar às espécies nativas, pois suas mudas são intolerantes à sombra.

Pesquisadores explicam que sua presença pode impactar a população de insetos nas cidades, modificando a ecologia dessas espécies e assim dificultando a polinização de outras espécies de plantas. Outro problema é que a espécie pode afetar populações de abelhas de cultivadores, causando danos econômicos.

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UFSC

A UFSC tem a intenção da supressão da árvore assassina.

Segundo a assessoria de comunicação, a Universidade tem compromisso de remover todas as espécies exóticas (incluindo eucaliptos, pinus e outras), mas isso não pode ser feito de uma hora para outra.

A UFSC precisa de uma soma importante de recursos para fazer a erradicação de todas as espécies exóticas.

Só que para a retirada das árvores é necessário licença dos órgãos ambientais e também a substituição da árvore cortada por uma outra de espécie nativa.

Além do mais, o Departamento de Manutenção Externa da UFSC já está orientado para dar preferência à retirada das espatódeas quando necessitar remover alguma árvore no campus.

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Mas, para uma retirada ampla necessita contratar uma empresa especializada, que fará o corte e a remoção das árvores. Agora, esse recurso não está à disposição.

Quando houver a decisão de fazer uma ação de substituição (manejo), vai precisar, primeiro, inventariar as árvores (localização, descrição, foto de cada indivíduo arbóreo). Depois,  conseguir as mudas para o replantio, entrar com processo na Floram pedindo autorização para o corte, conseguir o recurso e fazer o processo para contratação de empresa, acompanhar o corte e destinação da árvore pela empresa contratada e fazer o replantio. 

Não há prazo para que isso ocorra.

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