A crise hídrica vem se agravando ano após ano em Santa Catarina. É preciso um planejamento técnico de longo prazo para evitarmos problemas mais sérios. A estiagem é um fato, por isso, planejamento, controle social, investimentos e políticas públicas são absolutamente urgentes e necessárias.
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>Cachoeira de rio “some” em Joinville com estiagem
Rios
Segundo a Epagri, 14 dos nossos principais rios estão em estado de alerta em Santa Catarina. E os menores rios estão secos pela primeira vez na história. Há 18 meses, segundo a Casan, não tem o volume habitual de chuvas sobre Santa Catarina. Jamais a Lagoa do Peri, em Florianópolis, havia baixado um metro de altura, mesmo com redução de captação.
Chuva
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O Paraná enfrenta racionamento de até 56 horas desde março. As mudanças climáticas são uma realidade, mas há quem continue achando que o fenômeno não nos atingiu. Santa Catarina voltará a ser um Estado chuvoso como sempre foi no passado? Ouvido pela coluna, o meteorologista Leandro Puchalski diz que “ao passar do anos SC vai continuar enfrentando períodos de estiagem e/ou seca. A questão é que o aquecimento global gera mudanças climáticas. A principal é intensificação dos extremos, ou seja, quando tivermos períodos muito chuvosos eles serão mais intensos. Só que quando tivermos secas, elas deverão ser mais fortes. Portanto, já passou o tempo de achar que a chuva resolve os nosso problemas. Ações práticas é que vão minimizar os problemas das secas que ficarão cada vez mais intensas”, conclui.
Aquíferos
Os nossos aquíferos estão sofrendo demais com a falta de chuvas, não recarregando como sempre ocorreu. Bombas que ficavam a 100 metros de profundidade estão tendo de ser baixadas. Os ambientalistas pedem para a Casan não abrir novos poços (no Campeche, por exemplo) devido à não recarga, o que só a chuva regular proporcionaria.
Perdas
Semana passada a coluna trouxe a informação que, segundo o Instituto Trata Brasil, 37% da água tratada no país se perdem. A Casan informa que as perdas físicas em Santa Catarina variam entre 21% e 24 %. Precisa ser bem menor.
Desafios
A realidade socioeconômica do Brasil nos apresenta situações peculiares. Por aqui, as empresas de saneamento lidam com áreas de extrema vulnerabilidade social em que os leituristas são ameaçados de morte e se um técnico for cortar água igualmente será ameaçado. Os “gatos” geram prejuízo econômico para as empresas e há fraude em hidrômetros.
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Caminhos
Seriedade, interesse público e planejamento de longo prazo nos ajudariam e muito. Seja através da empresa pública ou privada, ao cidadão, interessa que tenha água na torneira, de qualidade e preço justo.