O retorno de Carlos Moisés ao governo do Estado tem a marca de posições assertivas e de acordo com aquilo que se espera de um gestor. Há um problema real que é o avanço da pandemia e o aumento de óbitos e de ocupação hospitalar. O governo irá até o limite antes de adotar medidas restritivas.

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Ao convocar as áreas de segurança pública e anunciar aumento de fiscalização gera uma mensagem à sociedade. A conferir se irá trazer resultado prático na mudança de comportamento das pessoas. Tenho minhas dúvidas, mas o gesto correto foi dado. O governo, de certa forma, dá mais uma vez um voto de confiança à população antes de impor novas restrições. Aí é que está o grande desafio: quanto mais o tempo passa, mais as pessoas estão cansadas. O calor já chegou e fica mais difícil manter as pessoas em casa.

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Moisés já anunciou que não fará lockdown e que há esse alinhamento com o setor produtivo que não gosta nem de sonhar com essa possibilidade.

Mas esta questão será definida pelo indicadores. O que irá prevalecer é a capacidade de atendimento do setor hospitalar que está sendo cada vez mais demandado. O gatilho para as restrições é a incapacidade de atendimento. Nenhum governante quer para si a imagem de valas coletivas ou caminhões frigoríficos para corpos como já se viu desde o início da pandemia.

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No âmbito administrativo, a novidade é que nada será decidido de forma isolada. Prefeitos via Fecam irão participar da tomada de decisão.

O momento é difícil. Quem não tem estabilidade e depende do trabalho diário para levar comida à mesa se assusta com a possibilidade de restrições. É humano. Em contrapartida, o distanciamento social e evitar as aglomerações são a maneira mais eficaz de frear o ritmo de contágio e evitar o colapso no sistema de saúde. Como disse o governador, “Se o cidadão não participar, nenhuma medida será suficiente”.