A redução dos preços da gasolina, diesel e gás de cozinha, anunciada nesta terça-feira (16), é excelente notícia e que traz efeito positivo em toda a economia e no processo produtivo. É inegável. O anúncio da Petrobras veio junto com o estabelecimento da nova política de preço da companhia e o fim da Paridade Internacional (PPI).
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O mercado reagiu bem porque esperava algo mais radical, mas aguarda os próximos passos na medida em que falta em detalhamento de como isso ocorrerá na prática. Esse é o entendimento de Luiz Hegele, professor do Departamento de Engenharia de Petróleo da UDESC.
— Eu vejo que existe o lado positivo pois o PPI leva em consideração os custos de portos estrangeiros e transporte e isso acaba, mas vejo como negativo a falta de clareza de como isso vai ser na prática. Ainda não se pode dizer o que esperar pois a Petrobras disse que vai anunciar o modelo mas não foram claros ainda — afirmou.
O assunto foi debatido nesta terça-feira no Conversas Cruzadas da CBN Floripa. José Fritsch, coordenador do desenvolvimento agrário e agricultura familiar em Santa Catarina, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, defendeu a mudança e acredita que ela será positiva à população.
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Fábio Schiochet, deputado federal pelo União Brasil, vê com preocupação a novidade.
— Eu discordo, cria insegurança no mercado e não sabemos como será. O PPI foi feito em 2016 porque a Petrobras estava em risco de não conseguir pagar as contas, em dificuldade, após a ingerência e má gestão. O PPI veio após o período de forte corrupção na Petrobras. Estamos chupando uma bala de caramelo com o recheio de óleo diesel — disse.
A história nos mostrou que toda a vez em que há um intervencionismo governamental para a produção de preços artificiais o resultado foi um desastre para a população: já ocorreu com os próprios combustíveis e na energia, sob a gestão de Dilma Rousseff. O que parece ser uma boa notícia, pode ser apenas um voo de galinha, e não se sustentar no longo prazo.
Mudar a política de preços da Petrobras pode ser uma excelente ideia para evitar as oscilações no mercado, reduzir o valor na bomba e proteger toda a cadeia produtiva num ciclo positivo de baixo custo. Entretanto, se não for de forma sustentada e responsável, o risco é ter um benefício de curto prazo e o custo ser pago, ainda mais caro, pela população.
Espera-se que não seja o caso. A conferir o detalhamento, ainda não divulgado, de como será na prática.
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