Infelizmente ocorreu o que já era esperado. Sem leito de UTI pediátrica em Santa Catarina, com o aumento dos casos de doenças respiratórias, era questão de tempo para a matemática e a estatística apresentarem o trágico esperado — a dificuldade do acesso no atendimento piora o tratamento e agrava a chance de recuperação para quem entra no hospital precisando de cuidados especiais.

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A morte do bebê de apenas dois meses no Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) na madrugada de sábado (11), como informou o colega Raphael Faraco, é uma tragédia que apenas os pais da criança sabem o tamanho da dor sentida. Era caso de UTI, mas não havia leito da unidade de terapia intensiva.

É verdade, entretanto, que a criança foi atendida na emergência com a assistência do anestesiologista. Ela já havia sido internada em maio e o quadro agravou-se para uma bronquiolite, o que complicou no exato momento em que era necessário fazer a intubação. Neste sentido, mesmo na UTI não é possível dizer que o bebê iria sobreviver pois o quadro era muito grave. Mas o fato é que ela recebeu os cuidados médicos e profissionais habilitados e capacitados, embora não no ambiente adequado. Na prática, significa dizer que a criança deveria estar em uma UTI e não teve a oportunidade, mesmo sabendo que não há garantia de que o resultado fosse diferente.

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Que o trágico episódio sirva de alerta para as autoridades acelerarem os processos para combater os efeitos do aumento de casos de doenças respiratórias. O governo já decretou Situação de Emergência em Saúde para ampliar leitos de UTI e dar suporte aos municípios.

O que enfrentamos agora é um combo que resulta numa tragédia anunciada. Número insuficiente de leitos, falta histórica de investimentos para ampliar as vagas com o crescimento da população, inverno, ambientes fechados, sem máscaras, baixa cobertura vacinal e uma rede municipal deficiente e sem pediatras onde sobra tudo para a rede hospitalar.

A criança que morreu não está em idade de vacina da gripe (6 meses) e tampouco da vacina da Covid (5 anos). Não há, portanto, relação do óbito com falta de vacina, segundo fontes médicas ouvidas pela coluna.

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