O ministro da Justiça Sergio Moro sabe lidar com a informação. Inspirado na operação ''Mãos Limpas'', na Itália, conduziu a Operação Lava-Jato sabendo influenciar a opinião pública. Ele sabe, também, que ficará menor caso continue no governo do presidente Jair Bolsonaro. A crise provocada pela demissão (agora confirmada ) do diretor- geral da PF Maurício Valeixo, contra a sua vontade, significa retirar alguém indicado por Moro e de sua plena confiança.
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Bolsonaro enfraquece, mais uma vez, o Ministério da Justiça, a maior grife do governo e com alta popularidade. Já havia retirado o COAF da pasta após o órgão identificar movimentações suspeitas na conta do senador Flávio Bolsonaro. Agora, a PF apura a existência de um suposto sistema de propagação de fake news para prejudicar adversários políticos. Há inquérito também da PF para apurar as manifestações pró-golpe militar, como a que o presidente participou no último domingo.
Tentar controlar a Polícia Federal não é novidade na história do Brasil. Sempre foi assim. Hoje, felizmente, ela é incontrolável em sua base. Há esse interesse em controlá-la? Parte do Planalto? É pressão dos partidos do chamado ''centrão'' que se aproximam de Bolsonaro em troca de cargos?
Na perspectiva no início de 2019, Moro tinha pela frente o cenário de ser ministro da Justiça e depois ministro do STF. Agora, se sair, por enquanto enfraquece a chance de ida ao STF. Em ambas as perspectivas, uma corrida ao Planalto em 2022 segue no radar, embora ele jamais tenha confirmado. Popularidade ele tem.
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