O governador Carlos Moisés da Silva optou pelo caminho mais difícil quando escolheu o Republicanos como sigla para tentar a reeleição. A opção mais fácil era manter o arranjo feito no pós-impeachment que garantiu a governabilidade e tentar, com o mesmo grupo, a reeleição.

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Ao se afastar de Eron Giordani, que deixa o cargo no final do mês como secretário da Casa Civil e não ingressar no MDB, já colhe as consequências e turbulências de suas escolhas. E torce para que o MDB venha com o candidato a vice e traga toda a sua capilaridade e militância.

O MDB segue dividido e Moisés deixou de ser o “noivo cobiçado”.

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Giordani, ligado ao deputado Julio Garcia, foi o elo, uma espécie de telefone vermelho ou canal direto do Poder Executivo com as demandas do Centrão da Alesc, que garantiu o melhor momento do governo.

Foram convênios, liberação de recursos, fotos com prefeitos de esquerda, centro ou direita que estavam com o sorriso cada vez mais nas orelhas com a liberação de verbas estaduais.

O caso do uso da aeronave dos Bombeiros para fins políticos ou lazer e o desconforto no debate sobre a derrubada do veto do projeto do ICMS, que afeta bares e restaurantes, trouxeram dor de cabeça ao governador e podem significar uma relação de causa e efeito de suas escolhas.

Decisões baseadas mais no romantismo de Moisés, e até um excesso de confiança ou soberba, e que custam um preço alto da Realpolitik.

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O governador, que foi eleito na onda Bolsonaro, preferiu não entrar no MDB do ex-presidente José Sarney e do senador Renan Calheiros.  O receio dele era estar associado a essa invenção chamada velha política. Mesmo que o MDB aceite ser vice de Moisés, o partido vem dividido. E há o risco de Moisés ficar no isolamento.

É preciso reconhecer que governabilidade estabelecida por Moisés ou o toma lá, dá cá foi feito com alguns limites. Não se abriu mão das estatais, Fazenda, Saúde, Administração e Infraestrutura.

Há um conhecido líder empresarial e que atua também no setor público, fonte desta coluna, que costuma dizer o seguinte:

— Para avançar, você não precisa concordar em tudo, mas se você concorda em alguns princípios e há convergência em 70%, por exemplo, é melhor avançar do que ficar parado — diz o executivo.

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Outra fonte, do Centro Administrativo, disse à coluna que “preferia o pragmatismo, o caminho mais fácil”, mas o governador optou pelo caminho mais difícil.

É a tal história, igual como no futebol. Tudo depende do resultado para consagrar ou não o treinador. Quando dá certo, é estrategista. Quando perde, é o culpado.

Eron

Outro ponto é que Moisés não se sentiu confortável com a ideia de ter Eron Giordani como vice. O atual ocupante da Casa D’agronômica acredita que ficaria muito vulnerável no cargo.

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