Chamou muito a atenção dos ouvintes da CBN Diário o tom cético do gerente do laboratório de medições ambientais do Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Marlon da Silva. Questionado se tomaria banho de mar no único dos três pontos de análise da Beira-Mar Norte que dá condição própria de balneabilidade, ele respondeu que não recomenda a entrada na água e que faria uma boa “assepsia” após o banho para não pegar nenhuma doença. Marlon disse que mesmo no ponto onde existe a placa de condição própria de balneabilidade, em frente à Rua Esteves Júnior, não recomenda o banho.

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– O ideal é esperar ainda uma sequencia de resultados bons. Esperar de dois a três anos- disse o gerente do IMA.

Não resta dúvida de que a Unidade de Recuperação Ambiental (URA) é algo positivo. Investir em saneamento nunca pode ser criticado. Mas foi dito de que já nesta temporada seria possível tomar banho de mar. É preciso rever, então, a questão das placas. Para que serve a placa? O que ela significa se, mesmo quando dá própria para banho, o técnico responsável pela análise não recomenda entrar na água?

É evidente que antes da URA a presença de coliformes fecais era bem superior. O percentual vem baixando, mas ainda não em patamar suficiente para garantir uma sequência de bons resultados e, consequentemente, confiança na população. Há muito ceticismo, também, pelo fato de ser uma baía. Precisamos de saneamento básico, também, com eficiência nos bairros do continente e em São José e Biguaçu.

Só há algo mais lamentável do que a placa dizer uma coisa e o técnico outra. É o resultado do último balanço de fiscalização do programa Floripa Se Liga na Rede na região da Beira-Mar Norte- 93% dos imóveis apresentaram algum tipo de irregularidade, principalmente ligação na rede pluvial. Aí realmente fica difícil.

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Confira a entrevista com o gerente do laboratório de medições ambientais do Instituto de Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Marlon da Silva: