A letalidade nos confrontos com a Polícia Militar de São Paulo irá aumentar após a medida que proíbe a “chave de pescoço” ou “gravata” como técnica de imobilização. A opinião é do Comandante-Geral da Polícia Militar de Santa Catarina, coronel Dionei Tonet. Na semana passada (31), a PM paulista anunciou a medida.

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“Acredito que irá ocorrer o oposto do que o esperado pelos especialistas de gabinete. Quando alguém que não conhece a área opina, eu vejo com preocupação. Em São Paulo, se o policial não pode mais imobilizar ele vai usar a taser (choque) ou arma de fogo. O comportamento do PM irá mudar já que não terá mais o contato físico e para evitar agressões ele vai resolver antes. Isso vai aumentar a letalidade”, prevê o coronel.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, explica o comandante, os PMs recebem treinamento com protocolos de artes marciais. “Usamos as técnicas de defesa pessoal, como aikidô e judô, e os nossos policiais acabam, normalmente, vencendo sem precisar dar uma gravata. Mas, em algum momento pode ocorrer, mas não é corriqueiro.”, explicou.

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Opinião

O policial é treinado para o uso progressivo das força. O que precisa ser coibido é o abuso e seu uso desproporcional. A “gravata” é uma técnica eficiente para imobilizar um suspeito. Não deve ser usada como forma de tortura ou quando a situação já está controlada. Para estes, a punição.

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Retirá-la do protocolo, entretanto, pode trazer o resultado contrário do que o esperado. Quem determina essa norma age como se fosse fácil, na hora do confronto, enfrentar marginais que não obedecem voz de prisão ou determinações dos agentes de segurança. Como se fosse fácil, na dinâmica de um confronto corporal, não puder usar uma técnica que traz o resultado esperado, a imobilização.

O problema não é a técnica da “chave de pescoço” ou o “mata leão”, mas sim, o mau uso dela.

Confira a entrevista com o Comandante da PM de Santa Catarina, Dionei Tonet: