A maioria da população tem a intenção de ir a eventos mesmo com alta percepção do risco. É o que mostra uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) e realizada pela empresa Provokers desde o mês de julho do ano passado e atualizada a cada 15 dias.

Continua depois da publicidade

A intenção de ir a eventos saltou de 29% (julho) para 58% (dezembro). Os dados foram coletados entre os dias 3 e 11 de dezembro de 2020. Desde o início da pesquisa, 4622 pessoas já foram ouvidas.

O levantamento mostra, ainda, que 86% dos entrevistados sentem falta de ir a eventos. Entretanto, 77% das pessoas ouvidas acham arriscado frequentar estes ambientes. O trabalho leva em consideração festa, casa noturna, evento esportivo, feira e exposições, show e festivais e qualquer evento que cobre ingresso.

A conclusão da pesquisa é que há um cenário de dúvidas, a sensibilidade em relação ao tema é alta e a intenção de ir a eventos varia bastante.

A percepção de risco voltou a ser alta no começo da segunda quinzena de novembro e retornou a patamares menores no começo de dezembro.

Continua depois da publicidade

O público que frequenta bares e eventos segue estável, mesmo com a maior preocupação geral em relação à pandemia. Festas e casas noturnas seguem sendo o tipo de evento mais frequentado, provavelmente pela maior ocorrência desse tipo de atividade, mesmo tendo uma percepção de risco mais elevada.

Há um fato concreto: as pessoas sabem do risco e estão assumindo esse risco com a maior vontade e intenção de ir aos eventos. O verão é a prova. O desafio do Estado é conseguir separar o joio do trigo. Não punir aquele que respeita os protocolos e identificar e punir quem não os cumpre. Para isso, entretanto, é preciso vontade política das prefeituras e do governo estadual para fiscalizar. Claro que não é fácil, mas é preciso insistir e dar a sinalização neste sentido.

>Recesso do judiciário impede mudança nas restrições em Santa Catarina

Festa e aglomeração não combinam com pandemia. O Estado parte do princípio de que é melhor liberar do que estimular os eventos clandestinos. A coluna apurou que no dia 25 de dezembro, quando não havia mudado a classificação de risco para a Grande Florianópolis e as baladas ainda eram proibidas, 11 festas privadas com ingresso ocorreram em Jurerê. Todas em residências. Em poucos dias teremos o resultado destas medidas e veremos o resultado. Claro que é preciso entender, também, que grande parte da população decidiu enfrentar o vírus sem os devidos cuidados e é muito difícil, pra não dizer impossível, segurar. 

>Justiça derruba liminar que barrou hotéis de SC e ocupação máxima está permitida novamente

O setor de eventos foi devastado pela pandemia. Foi o primeiro a fechar e o último a abrir. A ajuda pública é insuficiente. A melhor ajuda, neste momento, é a vacinação começar no Brasil com os grupos prioritários e, depois, o restante da população. E quanto a isso, infelizmente, as notícias não são animadoras.

Continua depois da publicidade

>SC tem 2,6 mil vagas de emprego abertas no Sine