O presidente Lula agiu como um negacionista histórico ao bajular e defender o governo do ditador venezuelano Nícolas Maduro, recebido com honras de chefe de Estado, em Brasília, na véspera da cúpula de presidentes da América do Sul, na última segunda-feira (29).
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É inaceitável que o presidente, eleito pela chamada aliança democrática tenha dito que o país vizinho precisa implementar a sua “própria narrativa”. Lula, ao atuar como consultor de imagem de Maduro, comete desonestidade intelectual e mente.
A Venezuela, com seus sete milhões de cidadãos que já abandonaram seu país ao fugir da perseguição política, miséria e fome, não é uma questão de interpretação, narrativa ou vítima de “preconceito”, como disse o ocupante do Planalto. Maduro, que sucedeu Hugo Chávez, é a sequência de um regime autoritário que mudou a lei para se perpetuar no Poder, interferiu nas instituições, persegue imprensa e reprime adversários políticos.
E esse é um entendimento da comunidade democrática internacional. A União Europeia aplicou sanções à Venezuela por violações aos direitos humanos. E o mais emblemático foi dito em relatório assinado pelo Alto Comissário das Nações Unidas (ONU):
“Os serviços secretos da Venezuela têm estruturas efetivas e bem coordenadas na implementação de um plano orquestrado no mais alto nível do governo para reprimir dissidentes através de crimes contra a humanidade”.
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Para quem venceu as eleições com a bandeira da democracia, é uma tremenda bola fora de Lula. Chegou, inclusive, a ofuscar a necessária retomada das relações diplomáticas com a Venezuela, país que tem mais de 2 mil quilômetros de fronteira com o Brasil. Políticas públicas de preservação ambiental, combate ao crime e narcotráfico devem ocorrer em parceria entre as duas nações.
Não seremos hipócritas e infantis ao ponto de não aceitar estas relações institucionais. O Brasil precisa defender os seus interesses, vender seus produtos inclusive para ditaduras, como já o faz há anos para Arábia Saudita e China, por exemplo. Para isso, entretanto, não precisa bajular ditadores e tampouco falsear a história.
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